Rafael Botelho, advogado sócio do escritório PVBT Law, que representa Matías Rojas, explicou o litígio com o Corinthians. O clube foi condenado na última quinta-feira na Fifa a pagar R$ 40,4 milhões ao meia paraguaio por atrasos em luvas e imagem. Durante entrevista ao “Seleção sportv”, Botelho afirmou que o Corinthians não procurou Rojas e os representantes para o acordo. A dívida com o meia, atualmente no Inter Miami, dos Estados Unidos, teve início no ano passado e prosseguiu com a nova gestão.
Foi uma situação que a gente previa que saía desta forma. Até buscamos o Corinthians anteriormente à ação, com a decisão da rescisão, mas sequer tivemos resposta do clube. Vamos ver se agora com a decisão da Fifa, eles vão cumprir o combinado – declarou.
Ainda durante a entrevista, Botelho detalhou o processo e como Matías Rojas confiou em algumas renegociações neste período antes de acionar a rescisão contratual unilateral. Fizemos acordo sem multa em seis parcelas para ajudar o Corinthians e para ele ficar, o Corinthians pagou a primeira parcela e não pagou a segunda. Mesmo com contrato prevendo cinco dias de carência, não cumpriu – assegurou o representante de Rojas.
Notificamos e demos mais uma semana, passou uma semana sem contato do Corinthians. Aí em 28 de fevereiro, rescindimos e entramos com ação em março, e não falamos mais com o Corinthians desde então – revelou. De acordo com Rafael Botelho, Rojas veio com o pagamento das luvas acertado em três parcelas: julho, setembro e dezembro do ano passado. Este pagamento nunca foi realizado por parte do Corinthians.
Em julho foram pago os impostos, setembro não foi paga, em dezembro o atleta poderia ir rescindir o contrato, no acumulado valia mais do que dois meses de salário. Notificamos o Corinthians, o clube pediu alguns prazos que nunca foram respeitados até o momento – reclamou.
O Matías resolveu esperar com a possibilidade de rescindir, esperar a virada do ano para tratar com a nova diretoria. Na primeira semana de janeiro, era R$ 5 milhões em dezembro, entramos em janeiro com dívida de R$ 8 milhões – comentou.
Com a nova diretoria, o atraso no acordo firmado para o pagamento em seis parcelas resultou na rescisão obtida rapidamente na Fifa. Não houve qualquer contato, segundo o advogado, para resolver a situação.
Tentamos contato, da nossa parte, inclusive, para dizer que o Corinthians se salvou de um risco grande, poderia tomar duas janelas de transfer ban por rescindir durante o período protegido – explicou. Correm o risco de tomar 40 milhões na cabeça e uma sanção, vamos fazer um acordo em valor menor? O atleta fica livre e sem risco de ter uma ação na Fifa, seria melhor para todos. Infelizmente não tivemos retorno e entramos na Fifa, e não tivemos mais nenhum contato – finalizou.