Na manhã desta quarta-feira, a Polícia Federal foi ao Parque São Jorge, sede do clube social do Corinthians. A PF fez essa visita com a intenção de averiguar a situação da Workserv Serviços Terceirizados, empresa contratada pela diretoria para o serviço de segurança. Como a Gazeta Esportiva trouxe com exclusividade no começo de junho, a Workserv Serviços Terceirizados não possui o Cnae (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) adequado para serviços de segurança. Em nota oficial, o Corinthians alega que "nada foi encontrado fora da normalidade" durante a visita da Polícia Federal no clube. A PF ainda não se manifestou publicamente, mas a Gazeta Esportiva apurou que a tendência é que uma nota seja enviada à imprensa para explicar a visita ao Parque São Jorge. Nos bastidores, pessoas do clube dizem que a Workserv Serviços Terceirizados está fazendo a escolta da delegação, cuidando da segurança de jogadores e dirigentes. Esse serviço seria autorizado mesmo sem a regulamentação da Polícia Federal.
Relembre o caso A Gazeta Esportiva teve acesso à certidão de constituição da empresa Workserv Serviços Terceirizados na Junta Comercial do Estado de São Paulo, empresa contratada pelo clube neste ano para o serviço de segurança. O documento evidencia a ausência do Cnae (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) adequado para esse tipo de serviço. O Cnae é um código controlado pelo Governo e utilizado para identificar quais são as atividades econômicas exercidas por uma empresa. Ele determina questões e valores sobre tributação, impostos e faixa de faturamento, por exemplo.
Uma atividade exercida por qualquer empresa sem que o Cnae informado esteja compatível, torna a empresa irregular sob olhos do fisco, impede a emissão de notas fiscais, pode gerar cobranças indevidas, multas e, em muitos casos, abre a possibilidade e investigação sobre o crime de sonegação de impostos. Essa prática costuma ser alertada pelos compliances com "bandeira vermelha". A Gazeta Esportiva apurou que a Workserv Serviços Terceirizados não tem a necessária autorização da Polícia Federal para prestar serviços de segurança e vigilância patrimonial. Se a Polícia Federal fiscalizar a situação e entender que há alguma irregularidade, o Corinthians pode sofrer a interdição de todo e qualquer local em que a Workserv esteja prestando serviço por acusação de ter uma "empresa clandestina" na função.