O Corinthians entra em campo neste domingo, às 16h (de Brasília), para encarar o Athletico-PR, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro , em Curitiba. O desempenho em campo, desta vez, pode refletir do lado de fora em um clube que vive situação quase insustentável nos bastidores. A começar pela pressão exercida sobre a diretoria de Augusto Melo, que completa seis meses de gestão no início de julho. Na quinta-feira, torcedores organizados invadiram o Parque São Jorge e fizeram cobranças hostis em membros da diretoria . Posteriormente, houve reunião com o presidente no auditório do clube social, no qual o dirigente pediu paciência e prometeu a chegada de quatro reforços de peso para a janela de transferências de meio de temporada , em 10 de julho. Na sexta-feira, o protesto tomou maior proporção com a manifestação da maior organizada do clube. Cobranças fortes direcionadas a Augusto marcaram o ato. Desta vez, o próprio presidente tratou de discursar para os torcedores na porta do Parque São Jorge. Entre os assuntos citados está a chegada de um CEO (Chief Executive Officer, equivalente em inglês para diretor executivo). O clube tem acerto encaminhado com Fred Luz , que trabalhou com Eduardo Bandeira de Melo durante a reconstrução do Flamengo. O clima hostil dos últimos dias se reflete no campo. A pressão sobre a diretoria também respinga na comissão técnica, que começa a ter o trabalho questionado pela falta de resultados no Brasileirão. Tanto que o confronto contra o Athletico-PR pode ser considerado decisivo para António Oliveira projetar o futuro no Corinthians . Apesar do respaldo da diretoria, especialmente às vésperas da janela de transferências, um mau resultado em Curitiba pode mudar os planos. O Corinthians de António Oliveira venceu apenas uma partida na Série A (3 a 0 sobre o lanterna Fluminense) e soma seis seguidas sem vencer dentro da competição. O jejum deixa o time na 17ª posição, dentro da zona de rebaixamento.
Caso de Polícia Fora as preocupações de bastidores sobre o desempenho no Brasileirão e a pressão política sofrida pelo presidente, o Corinthians ainda se divide com um caso de Polícia. Desde 8 de junho, a Polícia Civil de São Paulo abriu inquérito para apurar a participação de um laranja na intermediação do contrato do clube com a empresa de apostas VaideBet. A parceria foi encerrada neste mês com rescisão unilateral por parte da marca. Na última sexta-feira, os policiais incluíram nesse inquérito uma série de prints não-autenticados que mostrariam uma conversa explosiva. Mais tarde, no início da noite, o clube divulgou uma nota em que pede a instauração de outro inquérito – dizendo que familiares do presidente Augusto Melo foram vítimas de montagens de “falsas conversas”. Nesta conversa, Alex Cassundé, sócio da Rede Social Media Design, empresa intermediária do contrato, chama uma pessoa não-identificada de “chefe” e questiona para qual conta deveria repassar R$ 580 mil dos R$ 1,4 milhão recebidos até então pelo negócio. Este interlocutor envia a Cassundé os dados bancários da Neoway Soluções Integradas, empresa que está no centro da investigação. A transferência teria sido realizada no dia 25 de março. A Polícia Civil agora investiga os prints e deve pedir a quebra de sigilo dos números de telefone para identificar os proprietários. Na próxima terça-feira, Alex Cassundé deve depor para as autoridades em São Paulo.