O Corinthians vive uma intensa crise extracampo com guerra política, perda da base de apoio do presidente Augusto Melo, a saída do seu principal patrocinador e o aumento da dívida, agora na casa dos R$ 2,1 bilhões. Mas além dos imbróglios fora das quatro linhas, dentro de campo o Timão está longe de ter dias mais calmos. Os resultados esportivos do time profissional masculino potencializam a crise na primeira metade de 2024. Eliminado na primeira fase do Campeonato Paulista e ainda na disputa dos mata-matas de Copa do Brasil e Conmebol Sul-Americana, o cenário no Campeonato Brasileiro é o que chama atenção após as nove primeiras rodadas. Com sete pontos, o Timão está um posto acima da zona de rebaixamento e tem apenas uma vitória, com quatro empates e outras quatro derrotas. O aproveitamento é de 25%, o terceiro pior entre os 20 clubes que disputam a Série A.
O Corinthians entrou em campo 31 vezes na temporada, sendo 12 jogos pelo Paulistão, nove pelo Brasileirão, seis pela Conmebol Sul-Americana e outros quatro pela Copa do Brasil. Até aqui, foram 13 vitórias, sete empates e 11 derrotas, com 44 gols marcados e 28 sofridos. O aproveitamento é de 55%. No entanto, o Corinthians venceu apenas um dos 20 clubes que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro nos confrontos que teve contra eles na atual temporada, levando em consideração todas as competições. O único rival vencido foi o Fluminense, na Neo Química Arena, pelo Brasileirão. A vitória foi a única até o momento na competição. As outras vitórias foram contra times sul-americanos e de divisões inferiores.
A reformulação proposta pela gestão de Augusto Melo diminuiu as opções técnicas dentro do elenco. Apesar de a avaliação interna ser de que o Corinthians possui um time titular mais qualificado do que o do ano passado, o banco de reservas apresenta poucas alternativas para António Oliveira na ausência de seus titulares. Isso ficou evidente no clássico contra o São Paulo, quando 15 dos 24 jogadores convocados para a partida eram formados nas categorias de base do clube. No Majestoso, António não pôde contar com Fagner, Félix Torres, Gustavo Henrique, Rodrigo Garro e Pedro Henrique, além de Diego Palácios - que tem apenas 45 minutos em campo desde a chegada ao clube.
Outro ponto importante que reflete a instabilidade do Corinthians na atual temporada é a debandada de jogadores experientes. O atual elenco é o mais jovem da última década, muito pela saída de atletas acima dos 30 anos de idade desde o fim de 2023. Desde a reta final do ano passado, deixaram o Corinthians Cássio (37 anos), Lucas Veríssimo (28 anos), Gil (37 anos), Fábio Santos (38 anos), Giuliano (34 anos), Paulinho (35 anos) e Renato Augusto (36 anos), por exemplo.