O técnico António Oliveira valorizou a entrega do elenco do Corinthians e reforçou sua identificação com o clube, após o empate contra o São Paulo, em 2 a 2, neste domingo, na Neo Química Arena, pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro. Durante a conversa com os jornalistas, o português revelou que o grupo pediu a sua permanência no clube, sem especificar em qual momento da temporada ocorreu essa possibilidade de deixar o Timão. – Estou a dizer que poderia continuar numa posição confortável onde estava antes de vir para cá. E mesmo estando aqui, poderia ter ido para outra situação, com outros recursos, e me mantive neste projeto, me apaixonei por esse desafio. Principalmente por essa torcida, pelos desafios, pelos jogadores que criei um elo, um vínculo. Eles também foram responsáveis por eu estar aqui. Eles pediram para eu continuar. Isso é passado, não interessa mais. Só digo que, cada vez mais, com os desafios que estão aparecendo, estou cada vez mais apaixonado por esse clube que me entrego de corpo e alma e todos os dias acordo com uma disponibilidade enorme para poder novamente começar a trabalhar – revelou.
Após o clássico, o treinador recordou que 14 jogadores que estiveram relacionados para o clássico foram revelados pelo clube e que tem sido um prazer trabalhar com o grupo, apesar dos desafios impostos dentro do Timão. – Queria pontuar para parabenizar os jogadores. Dentro de um grupo de 24 jogadores que foram relacionados, 14 são da base. Só dois jogadores que estavam no banco de reservas não fizeram a base aqui. Pontuar a estreia do João Pedro. Mais um garoto da base. Para vocês perceberem o panorama e o caminho desafiante que é estar nesta altura neste lugar. Nesta perspectiva como disse aos vossos colegas naquela minicoletiva pré-jogo, em nenhum momento venho aqui para lamentar. Dizer que não tenho esse, aquele, isso, aquilo. – Quero gente comprometida com a causa que se chama Corinthians. Eu já disse várias vezes de que estive numa posição confortável (no Cuiabá). Mesmo quando aceitei esse desafio, pude ir para outra estabilidade, com outros recursos, mas me apaixonei pelo desafio e vou nele até o fim. É um prazer enorme poder trabalhar diante das circunstâncias e dos desafios que nos aparecem todos os dias – afirmou.
António Oliveira também falou que, hoje, é preciso ser mais que um técnico dentro do Corinthians e valorizou a postura do elenco frente a um São Paulo que, na opinião do comandante do Timão, é um adversário mais estável atualmente. – Eu, aqui, tenho que ser mais que um treinador de futebol. Porque não é fácil, diante das circunstâncias e da dificuldade, mobilizar essa gente constantemente. Reconhecer a valentia, o empenho e a entrega que os jogadores tiveram contra uma equipe que tem um elenco formado há não sei quanto tempo. Muito mais estável. Pode vir Dorival, Carpini, Zubeldía. É uma equipe estável. Um elenco de grandes recursos, de grande qualidade. – A equipe se entregou de corpo e alma, com um ou outro erro, evidente. Mas recuperou, contra essa equipe que dizem a esta altura, fazem dela uma super equipe, essa minha opinião, conseguiram voltar sempre ao jogo, ir atrás do placar. Se tivéssemos em igualdade de jogadores, provavelmente, teríamos oportunidades para matar o jogo. Mais uma vez quero parabenizar meus jogadores. Estou muito orgulhoso deles. É uma equipe jovem, com uma margem grande de evolução. Hoje nasceu mais uma estrela e outra estrelas ainda virão.
O técnico também lamentou o resultado. Contudo, ele ponderou que o empate passou a ser aceitável a partir do momento em que o Corinthians passou a estar com um atleta a menos em campo, após a expulsão do zagueiro Caetano no segundo tempo. – O empate nunca é bom resultado. Não trabalhamos para empatar, trabalhamos para ganhar. Evidente que os contornos e a história do jogo podem eventualmente ditar que, no fim do jogo, precisamos achar que o resultado foi bom. Mas nessa perspectiva, diante de todas as circunstâncias, as dificuldades que vamos tendo ao longo deste caminho, deste percurso. Ainda mais com menos um homem nos últimos 10 ou 15 minutos contando o acréscimo acaba por ser um resultado que se aceita. Apesar que o resultado nunca é bom para ninguém porque nós queremos ganhar jogos e é por isso que trabalhamos todos os dias. O Corinthians volta a campo, agora, na quarta-feira. A equipe enfrenta o Internacional, às 21h30 (de Brasília), no estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis, pela 10ª rodada do Brasileirão.