A gestão Augusto Melo vive o momento de maior pressão nestes primeiros cinco meses de Corinthians. A atual diretoria enfrenta cenário de crise geral, com saídas de jogadores importantes sem grandes compensações, fim da parceria vendida como grande trunfo do início do ano, perda de poder político e campanha preocupante no Brasileirão. A semana se inicia com o Corinthians sem um patrocinador máster com a rescisão da VaideBet. O clube ainda está perto de perder o segundo goleiro titular em menos de um mês e tenta se reestruturar com desfalques na diretoria de futebol, jurídica, marketing e financeira. Todo este cenário se reflete dentro de campo, invariavelmente. A comissão técnica se encarrega de tentar blindar o elenco e recuperar o Corinthians dentro do Campeonato Brasileiro.
De festa a caso de polícia. Ainda nos dias finais de dezembro, em Peruíbe, litoral de São Paulo, Augusto Melo comunicava Rubens Gomes, o Rubão, sobre a conquista a ser anunciada nos primeiros dias de gestão: o Corinthians, naquele momento, fechava o maior patrocínio da história do futebol nacional. Até então sem figurar entre as principais casas de apostas do país, a VaideBet assinou contrato com o Corinthians em 4 de janeiro para pagar até R$ 370 milhões pelos próximos três anos e estampar a marca no uniforme alvinegro. Era uma vitória comemorada pela gestão.
No espaço de pouco mais de um mês, o Corinthians perdeu dois líderes fundamentais e deve se despedir nos próximos dias justamente de quem assumiu a faixa de capitão na partida do fim de semana passado contra o Botafogo. Cássio e Paulinho, enxergando “fim de ciclo”, deixaram o Timão em meio a um mês de maio vitorioso em campo. O ex-camisa 12, aos 37 anos, se transferiu para o Cruzeiro seis meses antes do fim do contrato, enquanto o volante, aos 35 de idade, ainda definirá o futuro. Ambos, contudo, se apresentavam como alternativa de elenco para António Oliveira.
Augusto Melo começou a gestão como o rosto do grupo responsável por tirar a Renovação & Transparência do poder do Corinthians após 16 anos. O frescor da nova direção, marcada por uma “frente ampla” nas eleições, renovava o dia a dia do Corinthians. Porém, esta caminhada coletiva durou pouco, menos de um ano.