O técnico António Oliveira valorizou o desempenho do Corinthians na vitória por 3 a 0, contra o Racing-URU, que garantiu ao Timão a liderança do Grupo F na Copa Sul-Americana e uma vaga nas oitavas de final do torneio. Em um jogo marcado por golaços, o treinador corintiano valorizou o desempenho "equilibrado da equipe" – Acho que fizemos um jogo mais equilibrado. Eu tenho que ver com meus olhos, porque essa é minha forma de jogar, nossa forma de jogar. Acho que hoje sofremos mais finalizações do que eu gostaria, mas isso para as pessoas pouco interessa. As pessoas querem bolas, dribles, toque de calcanhar, lençóis, canetas. Se isso for um jogo entretido, ok, estamos de acordo, mas eu sou a pessoa que tem de ser mais racional dentro deste processo e perceber onde acertamos e onde podemos mais corrigir – É evidente que estou orgulhoso dos meus jogadores. Entregaram, fizeram tudo e atingiram o objetivo que era ganhar o jogo. Mais do que a forma, atingir o objetivo, que era ganhar. Classificar para a fase seguinte. Agora é pôr rapidamente esse jogo para trás, olhar para ele, orgulhar do que desempenhamos, mas também já disse: às vezes vamos jogar bem e outras nem tanto. As pessoas vão olhar para o resultado, muitas vezes não olham para a forma – disse António Oliveira. O Corinthians volta a campo no próximo sábado, pelo Brasileirão, quando recebe o Botafogo, às 21h, na Neo Química Arena. António Oliveira, inclusive, exaltou a participação dos torcedores corintianos e pediu ainda mais apoio no fim de semana. – Sábado já é outra história. Temos de desfrutar, sim, estarmos orgulhosos, mas agora são 15 minutos para já prepararmos o próximo jogo. Eu tinha dito que eu queria 2x mais do que costumam dar. E eles deram. Não tinha visto nada parecido do que é essa torcida do Corinthians . Eles têm aparecido sempre, marcado sempre presença, determinante para o que tem sido o nosso desempenho aqui. Mas vou pedir, se eles me dão essa possibilidade, vou pedir duas vezes mais a eles no sábado. Para nós é muito importante. É mais uma final que queremos sair vitoriosos. A vitória corintiana garantiu a equipe de António Oliveira diretamente nas oitavas de final da Sul-Americana. Antes, haverá um playoff entre os segundos colocados da Sul-Americana contra os terceiros colocados da Libertadores para definir os 16 classificados para o mata-mata. Veja outros trechos da coletiva de António Oliveira. Jogo – Sempre disse que nós olhamos para o adversário e fazemos uma análise sobre ele. Percebemos os espaços que nós podemos ter e onde ele se sente mais confortável para tirarmos esse espaço. E dentro desse espaço tentamos encaixar os jogadores dentro das características para atingirmos o objetivo. O Coronado ajudou o Garro, mas também ajudou o Bidon, o Fagner... Isso é uma equipe. Não é o Coronado FC. É o Corinthians . Todos nós fomos importantes. Viram o trabalho do Felix e do Cacá hoje? Dentro de um avançado extremamente difícil que eles têm. Mas só olhamos aquilo que é o espetáculo. Eu não gosto de ganhar de 3 a 1. Gosto de 3 a 0, 4 a 0. Isso mostra a construção de uma equipe. Estamos a falar de pessoas, não sabemos como elas acordam, os problemas que elas têm, elas não são máquinas, são seres humanos. Tem os problemas que todos nós temos. A equipe mais uma vez acho que fez um jogo sob o ponto de vista ofensivo e de qualidade do seu jogo bom. Acho que poderia ser um cadinho mais equilibrado em alguns momentos porque os jogadores se empolgaram demais e depois perceberam que estavam muito por cima do jogo. Sobre Paulinho – Não posso esquecer de dar uma palavra para uma pessoa que eu era fã dele e aquilo que eu consegui ganhar em quatro meses, além de ser treinador do Paulinho, é ter um amigo para a vida. pode vir o 4-3-3, o Coronado associado com o Garro, o Yuri fazer três gols na Neo Química. Nada substitui a amizade que eu nutro por ele e por muitos outros, que é isso que buscamos no futebol. Quando eu falo que temos um grupo, uma família, nós passamos momentos bons e momentos mais desafiadores. A essa altura é entre nós que temos de nos agarrar. Só para não fugir, uma palavra ao Paulinho: não sei se vai continuar, qual a decisão dele, mas foi um privilégio ser um treinador de um dos melhores jogadores do mundo. Eu aprecio sempre a qualidade de um médio para ser competitivo, ter qualidade no passe e conseguir também ser finalizador. Por isso foi caro. Os médios que têm gols são os médios mais caros. E pela carreira brilhante que fez, conseguiu ser top ao longo de sua carreira. Chegou no Barcelona, na Seleção e aos tops do mundo. Um abraço fraterno ao Paulinho, que é uma pessoa extraordinária. Isso não tem preço. Eu posso hoje dizer que é meu amigo. Eu vou dizer aos meus netos que fui treinador do Paulinho. Parabéns pela tua carreira. Sobre o elenco – Como foi com o Cassio, eu disse que um vestiário é basicamente uma sociedade. Dentro dela existem várias microssociedades. Dentro delas, com a ausência do Cassio, uma liderança forte, mesma situação do Paulo. As sociedades, de forma natural, se reestruturam, e as novas lideranças surgem. Como falei anteriormente, as lideranças são aceitas, não são impostas por ninguém. Ninguém impõe nada que podem não gostar. Esse grupo não tem essa identidade (de não gostar). É um grupo bom, de gente que gosta de aprender, se dão bem uns com os outros. Eu espero, sem o Cassio e o Paulinho, que preservem o Fagner. Porque muitas das vezes eu ouço falarem do Fagner. Ele é uma pessoa extraordinário, um profissional íntegro que se entrega de corpo e alma. Top3 laterais-direitos do Brasil. Posso estar enganado, as vezes me engano, mas essa é minha opinião. Infelizmente hoje tivemos a perda dele, espero que não seja nada grave, porque é um jogador importante. Temos de preservar mais um ídolo, por tudo aquilo que já viveu, aquilo que agrega e o respeito que tem de todo o grupo. É uma liderança muito aceita por todo. As novas lideranças vão surgir de uma forma natural. Sobre Carlos Miguel – Vai substituir um ícone do futebol. Não é um goleiro qualquer. Pela forma de ser e de estar, ele está perfeitamente preparado para a responsabilidade de jogar num grande clube como o Corinthians . Tem noção da sua tarefa, é um grande goleiro. Tem grande potencial. Tem uma margem de crescimento enorme. E se quiser pode chegar talvez à seleção. Mas agora ele tem de se consolidar dentro do clube. Confiança da torcida, do grupo do trabalho. Sobre Hugo – Se eu eventualmente fosse às redes sociais, o lateral-esquerdo nunca jogava. As pessoas querem resultados para ontem. Olham para os jogadores e não percebem o contexto. Com todo respeito pelo Goiás, o Hugo veio do Goiás, auqi estamos em um dos dois maiores clubes do Brasil. Temos de ter paciência. Se eventualmente não fizer um jogo bom, não vai sair, porque não funciona dessa forma. Tem de persistir, dar confiança. claro, ao Hugo salta aos olhos está cada vez mais adaptado, cada vez melhor, porque tem colegas diferentes aqui de quando jogava com o Goiás. É um jogador cada vez mais estável. É evidente que tem minha confiança, como o Bidu, o Palácios não posso dizer porque nunca tive à disposição. Acredito muito nele. É um menino com um potencial enorme.