Após 12 anos e cinco meses, o Corinthians entrará em campo pela primeira vez sem o goleiro Cássio no seu elenco. A equipe recebe o América-RN nesta quarta-feira, na Neo Química Arena, pela partida de volta da terceira fase da Copa do Brasil. A bola rola às 20h (de Brasília) em Itaquera, e sem o ídolo em campo ou no banco de reservas. Cássio antecipou a rescisão de seu vínculo com o Timão na semana passada e, nesta terça-feira, foi oficializado como reforço do Cruzeiro . O arqueiro já havia perdido a posição para Carlos Miguel, mas ainda participava normalmente dos treinamentos com o time e seguia frequentando o CT Dr.Joaquim Grava.
Mesmo na reserva, ele ainda era um dos principais líderes do elenco comandado por António Oliveira. Agora, a equipe do Parque São Jorge terá que encontrar novas lideranças. Os mais experientes do plantel, Paulinho e Fagner, têm contrato perto do fim e podem sair em breve do clube. O último sábado foi reservado para a despedida de Cássio no CT do Corinthians. Ele concedeu uma última entrevista coletiva e se despediu dos ex-companheiros, funcionários, comissão técnica e diretoria.
O adeus teve clima leve, mas foi marcado por emoção e choro de trabalhadores do clube. O arqueiro disse acreditar no fim de seu ciclo, mas negou atritos com a diretoria. Porém, conforme apurou a Gazeta Esportiva , ele ficou incomodado com algumas questões internas do clube. O atleta não sentiu vontade real da atual diretoria para que ele ficasse e não se viu respaldado pela comissão técnica de António Oliveira.
Após cometer algumas falhas e externar o seu desgaste mental, ele foi para o banco de reservas, viu Carlos Miguel assumir a titularidade e não voltou mais. Em entrevista, ele confirmou que não decidiu sair só por ter virado reserva . Cássio chegou em Belo Horizonte nesta terça-feira para assinar por três anos com o Cruzeiro. Ele foi recepcionado na Toca da Raposa com muita festa dos torcedores.
O camisa 12 encerra sua passagem pelo clube do Parque São Jorge com 712 jogos disputados e nove títulos: Mundial e Libertadores (2012), Paulistão (2013, 2017, 2018 e 2019), a Recopa Sul-Americana (2013) e Campeonato Brasileiro (2015 e 2017). Além disso, ele é o segundo jogador que mais vestiu as cores preta e branca do Corinthians nos gramados, só atrás de Wladimir (806). Foram 316 vitórias, 217 empates e 179 derrotas debaixo das traves alvinegras.