A saída de Cássio não tira apenas um ídolo, um multicampeão, do Corinthians. O fim do ciclo de 12 anos afasta do dia a dia a principal liderança do CT Joaquim Grava, e o clube agora procura novas referências para exercer minimamente a "função" do goleiro. Cássio exercia praticamente sozinho um papel de líder nesta temporada, em virtude das saídas de nomes como Gil, Renato Augusto e Fábio Santos. Fagner e Paulinho, os mais experientes do elenco, devem assumir a frente deste comportamento com a saída do camisa 12. Paulinho, principalmente, tem pedido a palavra para discursar nos vestiários antes dos jogos. Já Fagner é enxergado mais como uma liderança técnica. Assim, sem Cássio, a lacuna pode ser preenchida por nomes recém-chegados ao Parque São Jorge. Na visão de Cássio, alguns nomes se destacam para assumir o posto e ajudar os mais experientes, que receberam um recado do goleiro no último depoimento como jogador do Corinthians. – Acho que o Raniele, o Gustavo Henrique, o Félix são caras que podem mostrar isso. Os poucos jogadores mais velhos que ficaram vão ter que se posicionar também, será necessário – sentenciou Cássio, sem citar Fagner e Paulinho, os mais experientes e que mais conhecem o clube.
Cássio se tornou um líder natural do Corinthians. No primeiro ano, rapidamente assumiu a posição de titular no gol. Com o tempo, além do bônus pelas vitórias, o ônus das derrotas começou a ser abraçado pelo goleiro, que inúmeras vezes foi quem deu explicações ao torcedor. Internamente, o goleiro possuía diálogo direto com as últimas diretorias, comprando brigas do elenco, e por vezes fez o "meio-campo" para novas contratações. Era comum Cássio se comunicar com reforços do Corinthians para auxiliar na adaptação ao clube e a São Paulo. Tal comportamento vem inspirado pelo grupo que Cássio encontrou na chegada ao Timão e que se consagrou campeão da Libertadores e do Mundial. – Aprendi muito com um grupo que tinha muitos líderes em 2012, eu era um menino e aprendi muito com eles. Tinha Alessandro, Paulo André, entre outros – disse Cássio, antes de refletir sobre o que significa ser líder do elenco.
– Acho que liderança não é só se posicionar, é de treinamento, por exemplo o Gil, não falava muito, mas não conheço ninguém que treina mais que ele, então liderança não é só o cara que fala, mas é o cara que demonstra, que se coloca para ajudar em situações de dificuldade e não se exime de situações assim – encerrou o principal líder dos últimos anos de Timão.