A recriação da categoria sub-23 a partir do ano que vem é tema de debates internos no Corinthians. A diretoria de base do clube vê a ideia com bons olhos, mas entende que é preciso contar com investidores e também com um calendário mais preenchido. O Corinthians encerrou a equipe sub-23 em 2022, após polêmicas por conta da grande quantidade de atletas no elenco e das poucas promoções ao time profissional. No ano seguinte, a CBF acabou com o Brasileirão da categoria. – Para o Corinthians, vale a pena recriar o sub-23 se não houver custo. Nossa ideia é através de parcerias. Temos essa vontade, mas neste ano não dá mais. As inscrições na Copa Paulista já estão encerradas e não há mais calendário – explica Claudinei Alves, diretor da base alvinegra. Segundo Claudinei, neste modelo de parceria os investidores levariam atletas ao Corinthians e ganhariam um percentual das venda deles. A Fifa proíbe que terceiros tenham participação em direitos econômicos, mas é possível que o próprio jogador tenha uma fatia. – Os garotos que "estourassem" a idade para ficar no sub-20 subiriam para o time sub-23 e não haveria mudança nos direitos econômicos. Já os que chegassem ao Corinthians por meio de investidores teriam os direitos divididos. Nosso foco maior é blindar os jogadores com mais de 20 anos que ainda não estejam prontos para o profissional – comenta o diretor.
O atual comandante da base corintiana critica a forma como o sub-23 foi utilizado por gestões anteriores do clube. Na visão dele, era contratados muitos atletas para a categoria e poucos acabavam sendo utilizados depois. Claudinei lembra até que um atleta de 26 anos, filho de conselheiro, chegou a treinar com o sub-23 do Corinthians . – Não queremos fazer como era antes, quando não era dada a atenção devida e que vinha todo mundo de fora. Um exemplo: você ouve falar do Arthur Sousa (atacante que era do sub-20)? Ele só está treinando. Seu eu tenho um sub-23 com esse garoto jogando, ele se destaca, vai estar na vitrine e ganhando rodagem. É muito mais interessante – argumenta. Recentemente, a recriação do Brasileiro Sub-23 foi tema de discussão entre presidentes de clube na CBF, mas o debate não evoluiu. Enquanto aguarda para avançar nesta ideia, o Corinthians criou categorias intermediárias, como sub-16 e sub-18, que não têm calendário. O sub-20 também ficou maior e inscreveu 75 nomes no Campeonato Paulista (contando jogadores sub-17 e atletas que já estão no profissional).