O Corinthians iniciou 2024 vivendo momento ruim dentro e fora de campo. O time do Parque São Jorge perdeu cinco das seis primeiras rodadas do Campeonato Paulista, algo que acontecia desde 1932. O time está em último em sua chave no Estadual, correndo o risco de não se classificar às quartas de final e perder até mesmo uma vaga na Copa do Brasil, e em penúltimo na classificação geral, na zona de rebaixamento. A nova diretoria, liderada pelo presidente Augusto Melo, foi eleita prometendo um choque de gestão e um comando diferente do grupo de Andres Sanchez, que comandou o Corinthians por 16 anos.
Porém, os dirigentes já estão sendo criticados pelos corintianos com apenas um mês à frente do clube por causa de decisões duvidosas, que passam pela escolha do novo treinador e ruídos na comunicação com a torcida. Veja abaixo dez caminhos para o clube sair da má fase e afastar a crise.
O Corinthians decidiu encerrar a terceira passagem de Mano Menezes na segunda-feira, dia 5. A Federação Paulista de Futebol (FPF) determina que para um clube inscrever um novo treinador no Paulistão, este deverá "comprovar a quitação ou formalização do acordo de rescisão trabalhista do profissional dispensado". O problema é que o clube diverge de Mano quanto ao valor da multa rescisória. O contrato com a equipe alvinegra, firmado ainda na gestão de Duílio Monteiro Alves, ia até o fim de 2025. Os representantes de Mano entendem que ele deve receber a quantia integral referente aos salários até o fim do vínculo, somando aproximadamente R$ 20 milhões.
O clube trabalha para agilizar a chegada de António Oliveira, técnico do Cuiabá. O português está no Brasil há quatro temporadas e acumula trabalhos no Coritiba e Athletico Paranaense, além de ter sido auxiliar técnico na breve passagem do compatriota Jesualdo Ferreira no Santos. O treinador já afirmou que se sente feliz no comando do time mato-grossense e só sairia se a oferta for boa tanto para ele quanto para o clube. A multa rescisória está do profissional está estipulada em R$ 1 milhão.
Em seis jogos na temporada, o Corinthians já levou oito gols — média de 1,3 gol por partida. Na pior derrota até o momento, o time alvinegro foi derrotado por 3 a 1 pelo Novorizontino, em casa, partida que definiu a demissão de Mano. O clube tinha a intenção de continuar com Lucas Veríssimo, mas não pagou o valor de R$ 43 milhões acordado com o Benfica e o jogador foi vendido pelo time português ao Al-Duhail, do Catar.
O 11º título do Corinthians na Copa São Paulo de Futebol Júnior mostrou que alguns dos destaques da vitoriosa campanha têm condições de qualificar o elenco e esquentar a briga entre os titulares. É o caso do meia Breno Bidon, o ponta-esquerda Kayke e o centroavante Arhur Sousa. Este último foi o artilheiro do time na Copinha e fez seu primeiro gol como profissional no clássico com o São Paulo.
O Corinthians se acostumou a ter a Neo Química Arena como trunfo, mas o fator casa não tem sido determinante neste início de tempo. Das cinco derrotas sofridas neste Paulistão, duas ocorreram na casa corintiana, incluindo o revés por 2 a 1 para o São Paulo, o primeiro diante do rival tricolor desde a construção da arena, inaugurada há dez anos.
A derrota no clássico com o Santos, por 1 a 0, marcou a estreia do meia-atacante argentino Rodrigo Garro, destaque do Talleres no país vizinho em 2023. A expectativa pelo jogador era grande, uma vez que o time alvinegro carecia de criatividade no setor intermediário e demonstrou pouco repertório nas primeiras partidas.
Maior goleiro da história do Corinthians, Cássio é outro que vem sendo questionado pelos torcedores. O desempenho diante do Novorizontino irritou alguns corintianos, que acreditam que o goleiro de 36 anos deva encerrar o seu ciclo no clube. O arqueiro tem a sombra de Carlos Miguel, que está sendo trabalhado para assumir a posição e deu conta do recado quando foi acionado.
O auxiliar Thiago Kosloski, técnico interino do Corinthians, disse após a derrota para o Santos que "a realidade é tirar o Corinthians da zona do rebaixamento". A afirmação vai de encontro ao pensamento do presidente Augusto Melo. Em conversa vazada, o mandatário disse que "se o time passar de fase (no Paulistão), ninguém segura". A declaração, em um momento de crise, é desnecessária e ajuda a inflamar ainda mais a torcida.