No dia 18 de janeiro, durante o programa Jogo Aberto , Augusto Melo revelou os valores do contrato firmado pelo Corinthians com a Brax, empresa do ramo publicitário e que gerencia as placas que exibem marcas nas margens do campo da Neo Química Arena. Na ocasião, o presidente do Timão anunciou o valor de R$ 240 milhões pelo período de cinco anos, o equivalente a R$ 48 milhões por temporada. Entretanto, a Gazeta Esportiva teve acesso ao documento assinado pelo clube com a empresa e constatou que o acordo é diferente do que foi anunciado pelo mandatário, ao vivo.
Corinthians e Brax consumaram parceria no fim de 2023 com validade até o fim de 2029. Portanto, são seis anos de vínculo, e não cinco. No que foi tratado por Duilio Monteiro Alves, ex-presidente do clube, a Brax se comprometeu a pagar R$ 209.990,000,00 pelo período todo. Deste montante, R$ 50 milhões remetem a luvas. Esse "prêmio na assinatura" foi pago com uma parcela de R$ 2,5 milhões em novembro e outra parcela de R$ 22,5 milhões, que seria depositada em dezembro, mas, a pedido de Augusto Melo, foi postergada para 2024. Os R$ 25 milhões restantes sobre as luvas foram acordados em 12 parcelas iguais, de janeiro a dezembro deste ano.
Fora as luvas, o acordo assinado com a autorização da CBF, que intermediou as conversas junto aos clubes, prevê o repasse de R$ 6.655.00,00 pela vigência em 2024. A partir de 2025 até 2029, o Corinthians receberia R$ 30.669.000,00 por temporada, reajustado pelo IGPM e sempre parcelado em 12 vezes.
Este valor sofreu um aditivo após negociação com a equipe de Augusto Melo, que fez valer um compromisso firmado pela Brax em 2023 de igualar os valores com Flamengo e Palmeiras. Desta maneira, a partir de 2025, o Corinthians receberá da Brax R$ 36,6 milhões por ano, e não mais R$ 30,6 milhões, um aumento de R$ 6,6 milhões por temporada, excluindo este ano de 2024, que não sofreu alteração.
A revelação dos valores por parte de Augusto Melo, em TV Aberta, gerou irritação no parceiro, pois o contrato contém cláusula de confidencialidade. Representantes da Brax entraram em contato com a diretoria do Corinthians para manifestar a insatisfação, que foi contornada nos bastidores, com a promessa de que o erro não se repetiria.
Outra situação que envolve a Brax e o Corinthians é a relação da parceria com a dívida que o Corinthians tem com empresas de Carlos Leite, que agencia a carreira de jogadores como Cássio e Fagner. O Corinthians, sob a gestão de Duilio Monteiro Alves, parcelou os pagamentos que totalizam R$ 62,5 milhões e colocou como garantia justamente o contrato com a Brax, que fora intermediado também pelo empresário. Augusto Melo, porém, determinou que os pagamentos fossem interrompidos.
Carlos Leite conseguiu na Justiça o bloqueio das contas do Corinthians e executou o valor total da dívida. O Corinthians, agora, estuda possibilidades de fazer um acordo com o empresário, que, irritado, pretende tratar apenas por meio dos advogados a partir deste problema.
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