O livro conta a história do Timão pelo olhar de Antônio de Almeida, o Antoninho, um "português de nascença, brasileiro de coração e corintiano de corpo e alma", como costumava dizer. Ele começou como porteiro do clube e exerceu diversas outras funções ao longo de 70 anos.

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Antoninho nasceu em 1910 como o próprio Corinthians, migrou ao Brasil ainda na infância e logo se apaixonou pelo Alvinegro, que na época já fazia frente aos times mais tradicionais. Conseguiu um emprego no clube aos 18 anos, depois tomou gosto pela escrita e passou a registrar lembranças e histórias. Ele faleceu em 2000, mas a família guardou os escritos.

O livro é um compilado de histórias que Antoninho conta com leveza. Alguns capítulos são sobre questões estruturais, como a compra do Parque São Jorge e a construção das piscinas do clube; outros são quase anedotas históricas, como quando a torcida fumava charutos na arquibancada para comemorar os gols nos Anos 1920.

– Procurei ser o mais simples possível. Naturalmente muito terá escapado à observação, pois se revelou impraticável descrever décadas a fio de vida corintiana nos menores detalhes. É um manancial de acontecimentos dos mais variados, com glórias inúmeras. Como em um saboroso banquete, cada parte desta obra tem um sabor diferente, mas com a mesma importância – avisa o autor nas primeiras linhas.

O livro foi distribuído de forma gratuita no último sábado, durante o lançamento no Parque São Jorge, e estará à venda em lojas oficiais do Corinthians. O preço ainda não foi definido.

A obra é dividida em capítulos curtos, rápidos de ler, e avança a partir da excursão do clube inglês que serviu de inspiração para a fundação do Corinthians. Das cores do clube aos primeiros ídolos, das histórias extracampo aos títulos, Antoninho relata a história do Timão ao longo de décadas.

A primeira delas é sobre a vaquinha feita entre os entusiastas para comprar a primeira bola do time, artigo raro de conseguir na época. Depois vem a busca pelo terreno do primeiro campo, alugado a poucos metros da esquina da fundação do Alvinegro.

Algumas páginas depois vem a construção do primeiro estádio e as primeiras conquistas em campo.

A família de Antônio de Almeida guardou os textos por décadas, até Raul Corrêa da Silva, ex-conselheiro e ex-diretor de Finanças do Corinthians, saber que tudo ainda estava intacto. Ele então organizou os textos para a publicação.

– Antoninho passou a maior parte da vida escrevendo notas esparsas sobre o Corinthians e conta a história do clube com uma riqueza incrível. Não apenas do futebol, mas de natação, remo, política e todos os outros assuntos do Parque São Jorge. Ele pode ser considerado um dos grandes conhecedores da história do Corinthians – diz Raul Corrêa da Silva.

Antoninho publicou alguns escritos em revistas esportivas nos Anos 1970. Na década seguinte tentou publicar um livro após completar 50 anos de clube, mas não conseguiu. Agora, as notas estão preservados da forma como ele escreveu, com exceção de ajustes pontuais de edição.

– Passei décadas organizando um arquivo particular das coisas corintianas. Guardei tudo o que encontrei ligado ao nome do clube, muitas vezes até mesmo um pedaço de papel amarelado encontrado aqui, ali ou acolá. Sabia que tudo, até mesmo o mínimo detalhe, seria útil um dia. Entrego estas páginas aos corintianos e ao público desportista de nossa terra – escreve o autor no prefácio.

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