A eleição do Corinthians , marcada para o próximo dia 25, pode decidir não apenas o próximo presidente do clube, mas também a capacidade da Neo Química Arena em um futuro próximo. Os dois candidatos divergem sobre ampliar ou não o estádio.
+ Siga o ge Corinthians no WhatsApp
André Luiz Oliveira e Augusto Melo são os candidatos à presidência do Corinthians — Foto: ge
Esta é a segunda de uma série de matérias que o ge publica nesta semana para comparar as propostas dos dois candidatos sobre diferentes áreas do clube. Na primeira, ambos opinaram sobre como democratizar o Corinthians e explicaram os planos para a sede social .
Cada candidato recebeu uma lista de 25 perguntas sobre assuntos variados da gestão do Corinthians: departamento de futebol, categorias de base, Arena, finanças, marketing e muito mais.
Leia mais do Corinthians: + Torcedor com direito a voto? Candidatos falam sobre o tema + Por que Romero pode custar R$ 20 milhões a mais após 9 anos
Ampliar ou não a capacidade da Arena?
O estádio já recebeu mais de 60 mil pessoas na Copa do Mundo de 2014, mas nunca mais alcançou este patamar desde que as arquibancadas móveis foram retiradas. Na época, o Corinthians dizia que a Arena seria “mais funcional” com menos lugares.
Atualmente o Corinthians tem a terceira maior média de público do Brasileirão, com mais de 38,5 mil pagantes por jogo. Se considerada a temporada inteira, a média cai para 35,7 mil pagantes. O ano com melhor público na Neo Química Arena foi 2022, quando os 36 jogos que o Corinthians disputou por lá atraíram, em média, 37.545 pagantes.
O recorde de público em jogos do Alvinegro é de 46.517 torcedores pagantes, registrado em um clássico contra o São Paulo neste ano.
O que André Luiz Oliveira pensa disso: – Vemos a ampliação com bons olhos, mas não neste momento. Qualquer reforma implica em setor fechado, perda de arrecadação e impacto no Fiel Torcedor, pois serão menos lugares enquanto ela durar. Seria um prejuízo e um transtorno. A média de comparecimento na Arena é de 90%, não 100% (na verdade, está mais próximo dos 80%). Precisamos ser claros com a torcida sem vender sonhos que podem virar pesadelo e obrigarão a aumentar o preço do ingresso – diz o candidato.
– Já temos estudos para que (a ampliação) seja feita, mas os valores não são acessíveis neste momento em que o clube precisa se concentrar em diminuir a dívida. O aumento da capacidade também implicaria no aumento dos custos operacionais – completa.
O que Augusto Melo pensa disso: – Precisamos pensar na grandeza da torcida. Não aumentaremos a capacidade de toda arena. Vamos ampliar os dois setores populares (Norte e Sul), onde a demanda por ingressos já é maior do que a oferta. Além de dar mais oportunidade ao Fiel Torcedor, combateremos a elitização de nosso estádio. Também retiraremos os assentos do setor Sul, o que amplia a capacidade e impede o uso das cadeiras como arma. Objetivo é chegar a 68 mil lugares. Três empresas demonstraram interesse em troca de ações de marketing.
Torcida do Corinthians na Neo Química Arena — Foto: Ettore Chiereguini/AGIF
Quanto vai custar o ingresso?
O ticket médio dos jogos do Corinthians em casa é de R$ 60, ou seja, este é o valor que o torcedor paga em média para para comprar um ingresso – considerando apenas a entrada, não os custos do Fiel Torcedor.
Este valor é menor do que em 2022 (quase R$ 69) e menor também em relação ao ano de abertura da Arena. Se o patamar de preços de 2014 fosse mantido e corrigido com base na inflação do período, o ticket médio atual do Corinthians passaria dos R$ 130.
O que André Luiz Oliveira pensa disso: – O valor do ingresso será mantido nos mesmos patamares dos preços praticados atualmente. Hoje, o ingresso popular custa a partir de R$ 35 para o Fiel Torcedor. Os valores praticados estão entre os preços de ingressos mais baratos dentre os programas de sócios-torcedores do país e a ideia é que essa proporção seja mantida. A lógica continua sendo essa: quem pode pagar mais, paga mais, e isso permite que o torcedor na outra ponta continue podendo pagar menos.
O que Augusto Melo pensa disso: – Uma vez que vamos ampliar as áreas mais populares – setores Norte e Sul – nosso tíquete médio ficará mais barato. Mas mesmo aqueles torcedores com melhor poder aquisitivo, que frequentam o setor Oeste e também são importantes para nós, poderão aproveitar. Por exemplo: quem tem cadeira e não for usar, pode nos avisar com antecedência para que possamos vender esse assento. 40% do arrecadado volta para o proprietário.
Neo Química Arena antes de Corinthians x Fortaleza — Foto: Marcos Ribolli
Shows maiores no gramado da Arena?
O que André Luiz Oliveira pensa disso: – Já existe um regime de shows no estacionamento da Neo Química Arena, que preserva o melhor gramado do país e permite exploração de eventos. Não tem mistério. É o que já está acontecendo: um exemplo é o evento Tardezinha com o Thiaguinho. Vamos disputar agressivamente os melhores shows e eventos com outras arenas, mas sem afetar nossos mandos de campo nem nosso gramado. A prática diferencia a Neo Química Arena de qualquer outro estádio. Vários eventos já aconteceram no estacionamento próximo ao prédio Oeste sem que o campo fosse prejudicado.
O que Augusto Melo pensa disso: – Planejamos transformar a Neo Química Arena em um vibrante palco para shows no gramado, mas é importante deixar claro que a prioridade da agenda será sempre o futebol. Já identificamos que nosso estádio tem muita demanda, seja pela excelente estrutura, visibilidade e, claro, localização, atendido por duas estações de metrô, linhas de ônibus e grande número de vagas para estacionamento. Somado a isso, o fácil acesso ao aeroporto internacional e uma grande rede de hotéis.
?? Ouça o podcast ge Corinthians??
Na raça, Corinthians lava alma contra Grêmio e se afasta do Z-4
+ Assista: tudo sobre o Corinthians na Globo, sportv e ge