O técnico Mano Menezes concedeu entrevista coletiva após o empate do Corinthians com o Atlético-MG em 1 a 1, nesta quinta-feira. O treinador fez uma análise da partida e exaltou a doação do atacante Yuri Alberto, que, segundo o comandante, atuou no "sacrifício".
O camisa 9 do Timão foi um dos jogadores mais criticados pela Fiel Torcida durante o duelo por conta de sua imprecisão nas finalizações. Ao final do confronto, todos os jogadores foram cobrados por membros organizados.
"Todos os técnicos se sentem frustrados quando não conseguem tirar o melhor de seus jogadores. Yuri hoje foi para o sacrifício para a equipe, ele tem se doado muito. Ontem tivemos sérias dúvidas se ele iria para o jogo ou não. Ele não se esconde da responsabilidade. Comete erros como todos atacantes cometem. Ele tem feito tudo que precisamos para a equipe. A gente, olhando a jogada da primeira bola do primeiro tempo, vemos ele totalmente livre. Quem está no campo muitas vezes não tem a mesma clareza. Um desses pecados que a equipe foi cometendo e não soube aproveitar o momento no jogo. Não tínhamos Felipe Augusto no banco, ele teve um pequeno deslocamento em Bragança, pode ser que no domingo já tenhamos ele para revezar um pouco. Levamos o Yuri ao máximo, talvez até poderia protegê-lo um pouco. Mas vamos trabalhar para a bola chegar com mais qualidade como foi no primeiro tempo ou contra o Santos. É o caminho para ajudar ele", comentou Mano Menezes.
Na análise da partida, o treinador reconheceu que o Corinthians caiu muito de produção após o gol marcado e tem como objetivo corrigir os problemas apresentados pelo Timão, seja apostando em mais fôlego ou recorrendo à parte tática.
"A gente preparou o jogo, iniciamos como preparamos, tomamos iniciativa e criamos oportunidades. Além do gol, poderia ter feito mais dois. A gente precisa resolver esse problema tático e esse foi o teor da minha conversa com os jogadores no encerramento. Ou vamos resolver com mais gás ou taticamente. O time não pode abaixar o bloco inteiro como fizemos, sem jogar. É muito perigoso. O time do Atlético tem jogadores acostumados com jogos grandes, teria seu momento no jogo naturalmente. Geralmente faz o resultado quem aproveita suas chances. A gente não conseguiu mais conectar uma saída de bola com qualidade, a gente apressou. Até recuperamos a bola, mas metemos passes longos, perdemos a bola. Controlar um pouco essa ansiedade para aproveitar seus momentos. Assim vamos ter resultados elásticos e aí depois poderemos administrar melhor", complementou o técnico.
No confronto contra o Atlético-MG, o Corinthians saiu na frente com Romero na primeira etapa, mas viu Paulinho deixar tudo igual para os atleticanos no período complementar. A equipe paulista iniciou muito bem a partida, mas viu os mineiros controlarem as ações do duelo com o passar dos minutos.
Com o empate, o Corinthians desceu para a 14ª posição do Campeonato Brasileiro, com 41 pontos conquistados, quatro a mais em relação à zona de rebaixamento.
Agora, o Timão volta a entrar em campo no próximo domingo, contra o Grêmio, em Porto Alegre. A partida será válida pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro.
"A decisão do treinador é sempre pelo melhor para o time. Mesmo que o Bruno tivesse dificuldades, e acho que existiu pelo mérito do Atlético, qualquer outro lateral que temos no grupo marcaria menos que o Bruno Méndez, ele é muito mais marcador do que apoiador. Mas não vi isso como determinante. Foi o volume que deixamos, de a bola chegar muitas vezes no mesmo lugar. Afundamos muito a marcação, não encostamos o corpo, são movimentos rápidos. E você deixar um grande cabeceador se movimentar dentro da sua área é um pecado que não podemos cometer. Nós precisamos proteger os jogadores. A equipe precisa ajudar. Se tem uma posição que você sofre quando perde volume, são as laterais. Isso não pode acontecer."
"Um dia o Real Madrid contratou o Bale por uma quantia exorbitante e o Zidane disse que era uma aposta. E todo mundo caiu da cadeira. O que determina o valor de um jogador é o preço dele no mercado. E mesmo assim, quanto custam caro, eles vão escrever a história dele naquele clube. O Yuri já tem uma participação importante na temporada, Rojas está chegando agora. O treinador não trabalha com questão de valor. Ele tem que fazer a função que recebe para fazer e tem que fazer melhor que os outros. E nunca tivemos internamente uma conversa diferente dessa."
"Não gosto de fazer projeção. Nunca fui o treinador que fala de projetar pontos, acho que isso não funciona. Funciona entregar o melhor a cada jogo. Vai ser dureza, é dureza em cima de dureza. Enfrentamos hoje a melhor campanha do segundo turno. Estar enfrentando dificuldades é normal, temos que saber enfrentar. Quando não conseguir fazer três pontos, tem que fazer um porque é o que a tabela exige nesse momento. Nós fizemos um bom primeiro tempo, eles foram melhor na outra parte e ambos tiveram condições de vencer o jogo. Criaram oportunidades para tal."
"Não existe uma parte separada da pessoa. O atleta precisa ser preparado em sua totalidade para suportar tudo isso que é o futebol e que nesses momentos fica mais evidente. Você erra passe que não errava, toma mais decisões erradas, o torcedor já fica mais tenso e com menos paciência. É um conjunto como um todo, não vejo necessidade de fazer nada separado do que é nossa preparação no dia a dia. Você fica mais forte se conhecendo, como potencial individual, a capacidade da equipe, o que tem que fazer… Dominando esse conhecimento, você está mais preparado para uma partida de futebol."
"Gostaria muito de ver mais vezes o Corinthians do primeiro tempo, como contra Santos e hoje. E até no Rio de Janeiro. Quando você joga fora de casa contra um adversário como o Grêmio, certamente eles vão ter mais posse e tomar iniciativa. Você tem que ter retomada, pressionar a bola. Espero que seja um grande jogo e que a gente tenha condição de lutar pelos três pontos."
"Acho que quando você joga estando na parte de baixo da tabela, com um clube dessa história, sempre vai ter uma pressão diferente. Por isso que você precisa saber enfrentar esse momento com experiência e firmeza. O comandante tem que segurar o leme com força para as coisas não tomarem um caminho que você não quer."
"O Corinthians se caracterizou por ter um grande aproveitamento em sua casa. Quem não tem um bom aproveitamento em sua casa sofre na tabela, porque fora de casa sempre é mais difícil. A exceção é o Cuiabá, que vem tendo dificuldade em casa. O normal é você vencer mais na sua casa, então tem um lado negativo sim. Toda vez que você empata, você deixa 66% do aproveitamento para o outro lado, você só fica com 33%."
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