O pênalti marcado em Soteldo nos minutos finais do clássico entre Corinthians e Santos , que terminou empatado por 1 a 1, na Neo Química Arena, no último domingo, segue dando polêmica. Nesta terça-feira, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme, tratou a jogada como "interpretativa".
O lance gerou muita reclamação do Corinthians. Aos 48 minutos do segundo tempo, Soteldo caiu na área depois de disputar a bola com Bruno Méndez. O árbitro Anderson Daronco não assinou a penalidade, mas mudou de ideia após ser recomendado pelo VAR a rever a jogada no vídeo.
"É uma jogada interpretativa. A regra faculta aos árbitros a interpretação, e o Anderson interpretou um lance que ele não conseguiu ver no campo. A jogada me remete a duas perguntas: 'Quem tem a posse da bola e quem joga? E quem propõe o contato?' Isso é fundamental para a análise de cada um. Eles analisaram que, quem propõe o contato é o defensor e quem joga a bola é o atacante. Apesar do defensor ter tentado tocar a bola, ele não toca, quem toca a bola efetivamente é o atacante. E, a partir disso, o Anderson interpreta como uma ação imprudente", analisou Seneme no programa Papo de Arbitragem , divulgado semanalmente pela CBF para discutir os lances da rodada.
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Ao lado de Péricles Bassols, gerente técnico do VAR, o chefe de arbitragem defende Daronco e afirma que o mesmo estava respaldado pela regra ao dizer que não conseguiu ver o lance em campo e aceitar o orientação do VAR para revisar a jogada.
"A gente tem uma narrativa de campo depois da jogada que chamamos de 'abertura de janela', o próprio árbitro é quem abre essa janela para a possibilidade dele revisar. É exatamente o que ele diz aqui, ele fala: 'Reway, eu não vi, estou encoberto. Se tem pisão eu quero ver'. A partir daquele momento, que ele diz que queria ver caso tivesse um pisão ou um contato, e houve contato, o Reway faz a análise dele e entende que o que o Daronco estava pedindo fazia sentido, já que ele conseguia ver o contato. E aí é uma questão de interpretação. A regra diz que o árbitro pode dar início a uma revisão por um possível erro claro e manifesto ou um possível incidente grave despercebido quando o VAR ou outro membro recomendar a revisão. Outra situação é quando o árbitro suspeitar de algo grave que passou despercebido", justificou Bassols.
"É muito claro o protocolo que dá o poder total ao árbitro. Ele tem o poder de aplicar a própria regra do jogo, não é que ele tenha o poder de fazer o que quiser, mas ele é sim autoridade máxima do jogo, inclusive, para o protocolo. Então, quando ele quer ver uma jogada e ele pede para o VAR preparar a jogada porque ele quer ver, ele tem autoridade para fazer isso. Ele suspeita que algo pode ter fugido do olhar dele, como ele mesmo fala que não viu", acrescentou Seneme.
Após a partida, dirigentes do Corinthians questionaram a decisão e prometeram ir à CBF para reclamar de Daronco . Do outro lado, o técnico do Santos, Marcelo Fernandes, disse que o pênalti foi "muito bem marcado".
Ambas as equipes voltam a campo nesta quarta-feira, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro . O Timão recebe o Athletico-PR em Itaquera, às 19h (de Brasília), enquanto o Peixe enfrenta o Flamengo uma hora depois, a partir das 20h, no Mané Garrincha, em Brasília.
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