O técnico Vanderlei Luxemburgo considera que a briga por uma vaga na final da Copa do Brasil está indefinida, mas pediu para os jogadores do Corinthians comemorarem a vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo, nesta terça-feira, na Neo Química Arena, pelo jogo de ida das semifinais.
Em entrevista coletiva após a partida, Luxa valorizou a sequência invicta do Corinthians e relembrou momentos difíceis pelos quais o elenco passou recentemente, principalmente em Belo Horizonte, quando o zagueiro Gil foi hostilizado no saguão do hotel no qual o elenco estava hospedado.
Agora, são seis jogos sem derrotas entre Brasileirão, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana, com cinco vitórias e um empate.
– Falei para os jogadores lá dentro para eles comemorarem, ninguém deu para nós essa condição. Há dois meses, a gente não podia sair no hotel, pegar elevador, não podia ir no restaurante com a família porque o momento era difícil. Estávamos privados de sermos cidadãos. Eles têm que comemorar a vitória e saber que há dois meses não podiam sair. Eles estão de parabéns, não pediram licença a ninguém e conquistaram o direito de estarem nessa condição – elogiou Luxa.
Vanderlei Luxemburgo em Corinthians x São Paulo — Foto: Ettore Chiereguini/AGIF
– Isso não faz a diferença, as críticas. Temos que conviver com elas, pertencem ao nosso meio. Mas quantas vezes eu falei que conseguia ver coisas boas mesmo em meio a críticas? Eu não posso fazer meu elenco crescer por causa da crítica, a análise pertence a vocês, as críticas e os elogios, e nós precisamos saber o que fazemos internamente. Estou vendo os jogadores trabalhando, não nos baseamos nas críticas, mas no nosso trabalho, que foi contínuo. Continuamos trabalhando para reverter a situação e vocês poderem elogiar a gente – complementou.
Para Luxemburgo, porém, o clássico das semifinais ainda está aberto. Com a vitória no jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil, o Corinthians garantiu a vantagem de jogar por um empate no Morumbi para avançar à final pelo segundo ano seguido. A partida decisiva acontece no dia 16 de agosto.
– Fomos decidir contra o Universitario, clima hostil, brabo pra caramba com a molecada. Já decidimos fora e dentro de casa, tem que estar preparado. Vamos para a segunda etapa, levamos a vantagem, mas não acabou – alertou o técnico.
Luxa também falou sobre o jogo desta terça, apesar de, na primeira resposta, ter dito que não tinha de fazer análise da partida. Pouco depois, explicou a entrada de Adson na vaga de Ruan Oliveira no intervalo, que melhorou o time, e a manutenção de Renato Augusto até os minutos finais.
– É um jogador diferente, como tem jornalista diferente, comentarista diferente, uma porção de coisas diferentes. O Renato é um jogador diferente e faz diferença no jogo. Já comentei algumas vezes que tirei o Zidane e o Ronaldo e os caras foram para cima de mim. Um cara como o Renato você não tira, ele pode estar de bengalinha e decide um jogo para você. Ele ficou, ficou, ficou, mas deixa uma bola e ele decide. No final, ele falou "deixa o Róger que eu estou mais morto do que ele" – destacou Luxa.
Até o segundo jogo da semifinal, o Corinthians tem compromissos pelo Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana. No sábado, a partir das 18h30 (de Brasília), o Timão mede forças com o Vasco, na Neo Química Arena, pela 17ª rodada da Série A.
Veja mais respostas de Luxemburgo:
– Vai cair naquilo, usei três, usei quatro. Não é a primeira vez que jogo com linha de quatro, com losango, dois lados de campo... Tudo o que temos feito aqui tem acontecido. Sobre o Rojas, tudo faz parte do processo, por que vou dar vantagem ao adversário antecipadamente. Está na concentração, vamos ver o que pode acontecer. Não é a primeira vez que levo jogador para concentração sem saber. O treinador do lado de lá fica na dúvida.
– Estávamos tecnicamente com cinco ou seis jogadores mal. A gente não conseguia acertar e o São Paulo estava conseguindo acertar mais que a gente. O Adson foi para jogar o SP um pouquinho mais para trás. O Adson já começou jogando por dentro e por fora, ainda bem que estamos fazendo as mudanças e elas têm melhorado a equipe.
– (...) No intervalo coloco o Adson e mudo a posição do Renato, ele aparece de frente para o gol. Foi uma mudança estratégica, não mandei o Renato chutar de fora da área, ele sabe fazer isso.
– Não quero entrar no mérito do São Paulo, quem discute o São Paulo é o São Paulo. Eu discuti lá o problema do meu jogador. Me deram pancada por eu ter pedido desculpa, estava em um ambiente hostil, complicado, não sabia o que estava acontecendo do lado de fora. Criticaram meu espanhol, mas eu tinha que me comunicar, jogar água, não álcool. Era ambiente hostil e meu jogador não tinha que tirar a camisa e comemorar na torcida deles, foi lá e só aumentou o clima hostil. Mas eu não crucifiquei meu jogador, repreendi, dei uma dura, briguei, mas ele vai voltar para cá porque é um bom jogador. Agora o que o São Paulo vai fazer não é problema meu, não quero discutir o São Paulo.
– Você está com pressa também, né? Eu vou tomar uma cervejinha agora lá dentro para aliviar a tensão. Tivemos um jogo na Bahia muito tenso. Temos que valorizar aquele empate lá, senão nossa situação na tabela estaria mais complicada. Temos um jogo a menos, mantivemos a situação... Tem que valorizar o que aconteceu em campo. Por isso eu fui com o time. As pessoas falam "Brasileiro, não sei o quê". A equipe que jogou contra o Bahia teve duas semanas cheias para treinar, para jogar no fim de semana e hoje.
– Temos que entender que quero ganhar a Copa do Brasil, quero disputar para ganhar, mas temos a obrigação profissional de interferir no Brasileiro, Corinthians não pode em momento algum (correr risco de queda), tem que saber a importância do Brasileiro. Foi isso o que fizemos, dividimos o elenco, colocamos dois times em condições de jogar tanto Copa do Brasil quanto Sul-Americana e Brasileiro. O Brasileiro é uma responsabilidade grande para todos nós.
1095 visitas - Fonte: Globo esporte