O Corinthians não queria, mas ganhou do Liverpool na Libertadores e agora terá de disputar a fase preliminar para uma vaga nas oitavas de final da Sul-Americana. A situação do time é essa: eliminado da Libertadores, fez uma das terceiras melhores campanhas da chave e agora tem o direito de brigar por vaga no torneio menor da Conmebol. Não pode não jogar. Tem de entrar em campo para não ser punido.
Luxemburgo, pela primeira vez, admitiu o óbvio: o clube vai focar no Brasileirão e, claro, na Copa do Brasil, porque conseguiu acidentalmente ganhar do Atlético-MG e agora mede forças com o América de Minas em duas partidas. Não era para estar na competição.
O treinador do Corinthians, no entanto, não fala em risco de rebaixamento do time para a Série B. Nem poderia como comandante. Mas sabe dele. Luxemburgo aposta em uma vaga para a Libertadores do ano que vem. Em suas entrevistas, ele tem apontado melhorias genéricas na equipe, muitas vezes não percebidas pelo torcedor. Yuri Alberto voltou a marcar, mas continua em fase ruim. Renato Augusto não joga por lesão, assim como ele também perdeu Paulinho. Róger Guedes ainda é o melhor do elenco, mas também alterna bons e maus momentos.
O time sofre com pressão desde o começo da temporada. O Corinthians não teve paz neste ano, com trocas de treinadores, o caso Cuca, os protestos da torcida (foram mais de um) e as ameaças na porta de um hotel em Santos. Ocupava lugar entre os quatro últimos do Brasileirão antes de dar uma ligeira melhorada, não a ponto de respirar aliviado. O Corinthians joga desesperadamente.
O treinador também disse em recuperar a confiança dos jogadores. Isso leva tempo, tudo o que o time não tem. Nem com a torcida nem com a tabela. Cair fora da Libertadores foi a melhor coisa que aconteceu ao time. Entrar na Sul-Americana, não. Mas Luxemburgo deixou bem claro que vai se valer de uma "segunda" equipe para disputar a competição. A ficha caiu.
O clube não tem elenco para mais do que uma competição. Essa postura deveria ser adotada sem medo pelos técnicos que comandam times de elencos reduzidos. Essa conversa deveria ter sido feita antes de a temporada começar entre a comissão técnica e o presidente. Já passou da hora de os clubes pararem de enganar seus torcedores, de modo a dar esperança para eles em todas as disputas.
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Nem os mais organizados, como Flamengo e Palmeiras, têm condições de atender o calendário do futebol brasileiro a contento. Imagine então os outros, de grupos reduzidos e atletas de menos qualidade. São mais de 70 partidas por ano, sem treino adequado e folga. Não dá.
Então, sou a favor de o treinador e o presidente escolherem torneios e entregarem outros para times r dizer não ser competitivo. Os garotos do Corinthians foram muito bem diante do Liverpool em casa.
1359 visitas - Fonte: Estadão