Em meio às indefinições eleitorais no Corinthians, um grupo formado por 40 conselheiros vitalícios planeja definir sua posição na eleição presidencial de novembro até o final de junho. Uma das possibilidades estudadas pela ala denominada União dos Vitalícios é lançar seu próprio candidato.
Se essa for a escolha, a maior possibilidade é que o nome lançado seja o de Paulo Garcia. O conselheiro não respondeu às mensagens da coluna sobre o tema e não atendeu aos telefonemas. Caso ele se manifeste, a reportagem será atualizada.
Numa demonstração do clima de incertezas no período que antecede a eleição, a União dos Vitalícios analisa também apoiar o candidato da oposição, Augusto Melo, ou o da situação André Luiz de Oliveira.
"Vamos analisar as propostas de cada lado e a importância que nosso grupo terá na futura administração para poder ajudar o Corinthians", disse Fran Papaiordanou, um dos fundadores da União dos Vitalícios.
O cenário eleitoral indefinido também é composto por outras conversas de diferentes alas com os dois postulantes à presidência e porque há expectativa de que ao menos mais um candidato apareça. Também existe quem acredite que Andrés Sanchez pode substituir André como candidato da situação. O ex-presidente nega que irá se candidatar.
A União dos Vitalícios reúne três ex-candidatos à presidência derrotados: Garcia, Antonio Roque Citadini e Romeu Tuma Júnior. O grupo também conta nomes que já dirigiram o futebol corintiano: Fran, Romeu, Citadini, Garcia, Flávio Adauto, Carlos Nei Nujud e Henrique Alves. A ala conta ainda com seis conselheiros trienais e vai lançar uma chapinha com 25 candidatos para o próximo triênio do conselho.
O discurso do grupo é de que com a quantidade de conselheiros que já tem e com a possibilidade de eleger mais 25, a ala estará em posição confortável para as disputas no Conselho Deliberativo já que todos os componentes assumiram o compromisso de votar em conjunto no órgão. Isso já acontece. O grupo também vê a chance, por exemplo, de atrair pelo menos mais uma chapinha de 25 conselheiros depois da eleição.
"Nosso grupo reúne pessoas que têm muitos votos no clube. Mas antigamente a gente fazia voo solo e dividia forças. Tive a ideia de fundar o grupo para tomarmos as decisões juntos. Nossa força consiste na nossa união", afirmou Fran.
Em 2018, por exemplo, três integrantes da União dos Vitalícios se candidataram à presidência e foram derrotados por Andrés: Garcia, Citadini e Tuma.
Agora, o grupo propaga a ideia de que, unido, pode ser decisivo na eleição, e ter peso importante nas decisões do Conselho Deliberativo.
A ata de fundação da União dos Vitalícios, datada de 15 de dezembro de 2020, diz que todas as decisões do grupo deverão atender ao desejo da maioria. Está escrito que quem for voto vencido deverá seguir o que foi decidido.
O site do Corinthians lista 106 conselheiros vitalícios e 200 trienais. Na eleição presidencial e para o conselho, os sócios são os eleitores.
Indagado porque uma ala que tem conselheiros que concorreram em eleições contra o Renovação & Transparência, corrente situacionista, pode apoiar um candidato da situação, Fran respondeu: "eles têm que se alinhar com a gente [para receberem o apoio do grupo]. Se eles mudarem a maneira de administrar e aceitarem a nossa participação na gestão para que a gente possa ajudar o clube, isso pode acontecer".
A União dos Vitalícios nega que seu interesse seja apenas ter ao menos uma dose de poder no Parque São Jorge. Alega que fazer parte da próxima gestão é a única forma de colaborar para que o Corinthians saia da difícil situação em que está financeiramente e no futebol masculino.
Também estão entre os fundadores do grupo, Mirian Athie, Garcia, Citadini, Romeu, Miguel Marques e Silva e Ilmar Schiavenato.
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