6/6/2023 21:14

Muito mais do que falta de ar: fisiologista alerta Corinthians contra perigos da altitude e dá dica para time em Quito

Corinthians vai jogar a vida na Libertadores em Quito, que tem altitude de 2.850 …

Muito mais do que falta de ar: fisiologista alerta Corinthians contra perigos da altitude e dá dica para time em Quito

O Corinthians "joga a vida" na CONMEBOL Libertadores nesta quarta-feira (7), às 19h (de Brasília), contra o Independiente Del Valle, no estádio Banco Guayaquil, em Quito, pela 5ª rodada do grupo E.

E se quiser transformar o sonho da classificação às oitavas em realidade, o Timão também terá que superar um adversário invisível e que costuma atrapalhar a vida dos brasileiros: a altitude de 2.850 metros.

Isso porque o ar rarefeito e a falta de oxigênio podem causar sérios problemas àqueles que não estão acostumados com o ambiente, a ponto de afetar a velocidade, a memória e até mesmo a visão dos atletas que moram em altitudes mais baixas ou ao nível do mar.

Em entrevista ao ESPN.com.br, Rodrigo Aquino, professor do Centro de Educação Física e Desportos da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) e coordenador do Gecif (Grupo de Estudos e Pesquisa em Ciência no Futebol) explicou que os 2.850 metros de Quito podem impactar três componentes do corpo humano: físico, fisiológico e cognitivo.

"Se pegarmos exemplos de estudos nos componentes físicos, os jogadores têm um prejuízo no desempenho aeróbio durante o jogo. Isso pode impactar, por exemplo, nas distâncias totais percorridas, nos métodos e quilômetros que os jogadores percorrem durante o jogo. Isso é uma atividade predominante no metabolismo aeróbio, e essa baixa concentração de oxigênio pode impactar nisso durante a partida"", pontuou o pesquisador.

"Também percebemos no estudo que no metabolismo anaeróbio, ele pode ser impactado durante o jogo nas ações em alta velocidade porque os jogadores conseguem se recuperar de forma mais lenta entre ações de alta velocidade e essas ações são determinantes em um jogo de futebol", explicou.

"Em relação ao componente cognitivo, percebemos nos estudos nos estudos que os jogadores podem ter prejuízos na memória e na visão quando expostos a alta atitude. Durante o jogo esses dois componentes cognitivos são muito importantes como por exemplo, uma visão periférica ou central é importante para o jogador perceber as melhores oportunidades de ação", completou.

E como driblar a altitude?

Apesar dos efeitos prejudiciais, Aquino explica que alguns métodos podem ser usados pelo Corinthians para diminuir os transtornos causados pelo ar rarefeito. De acordo com o pesquisador, o Timão deve privilegiar ideias dentro de campo que não exijam tanta demanda física durante o jogo.

"Pensando no aspecto físico, uma rápido, num sistema de jogo 1-4-4-2 e suas variações. Além disso, utilizar as 5 substituições pode ajudar a minimizar e compensar os efeitos da fadiga", disse o pesquisador.

A estratégia certa para altitude

O elenco corintiano treinou normalmente na tarde da última segunda-feira (5) no CT Joaquim Grava, em São Paulo, e em seguida embarcou rumo a Quito. Com isso, vai fazer apenas um treino na cidade nesta terça-feira (7), véspera do duelo contra o Del Valle. E, na opinião de Aquino, o Timão adotou uma estratégia correta para se adaptar melhor à altitude.

"As pesquisas científicas sugerem principalmente três estratégias ideais para minimizar estes efeitos negativos. A primeira é viajar para um local de grande altitude com duas a três semanas de antecedência da partida, mas isso não é viável para a delegação do Corinthians devido ao calendário competitivo", afirmou o pesquisador.

"A segunda estratégia é viajar o mais perto possível da data e hora da partida e retornar logo após o jogo, conhecida como "fly-in, fly-out". Contudo, isso pode gerar outros problemas logísticos e desgastes devido a longa viagem", pontuou.

"Por fim, a terceira estratégia, ainda pouco explorada no esporte, é recorrer a utilização de tendas simuladoras de alta altitude. No Brasil, o Grupo de Estudos em Ciências Fisiológicas e Exercício da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, liderado pelo Prof. Dr. Marcelo Papoti, tem utilizado essas tendas para pesquisar o paradigma do "live-high and train-low" e suas variações, com o objetivo de potencializar o desempenho de diferentes atletas e minimizar esses efeitos negativos causados pela alta altitude", disse.

"Portanto, dentre as estratégias possíveis, considero que a equipe do Corinthians realizou uma boa escolha em relação ao período de aclimatação antes do jogo", concluiu.

Próximos jogos do Corinthians:

Independiente del Valle (F) - 07/06, 19h (de Brasília) - CONMEBOL Libertadores

Cuiabá (C) - 10/06, 18h30 (de Brasília) - Brasileirão

Santos (F) - 21/06, 20h (de Brasília) - Brasileirão



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1470 visitas - Fonte: ESPN

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