Em participação no Bola da Vez, da ESPN, o presidente do Grêmio, Alberto Guerra, comentou o recente confronto na Libra entre os presidentes de Palmeiras, Leila Pereira, e Flamengo, Rodolfo Landim.

De acordo com Guerra, ele "herdou" seu clube já dentro da entidade, já que o mandatário anterior, Romildo Bolzan Jr., havia ingressado no grupo. No entanto, o atual presidente tricolor aprovou as decisões tomadas nas últimas reuniões da liga.

"Quando a gente assumiu (o poder), o Grêmio já estava dentro da Libra. E acho que foi um movimento do qual estou de acordo", assegurou.

"Já existia (na Libra) uma planilha de divisão das receitas. Nesses quatro, cinco meses de gestão, tivemos duas assembléias da Libra, da qual em uma delas nós conseguimos mudar por unanimidade toda divisão. Ficou muito mais justa do que era na primeira", ressaltou.

Em seguida, Guerra falou sobre a dura entrevista de Leila, que, em 14 de abril, falou em "soberba" do Flamengo, afirmou que o Rubro-Negro "não joga sozinho" no Brasil e inclusive ironizou a equipe carioca, dizendo para que ela vá jogar com o Real Madrid na Europa.

Sincero, o mandatário gremista disse que a manifestação da empresária lhe causou estranhamento.

"Dentro das reuniões (da Libra), o tratamento é feito em alto nível. A única brincadeira que houve foi: antes da entrevista da Leila, teve uma matéria sobre uma possível rusga entre Leila e Landim, em uma reunião de 14 de fevereiro, na qual eu estava presente. Foi mais uma brincadeira, todo mundo deu risada e foi sobre unanimidade, e não divisão. Não sei se houve alguma coisa privada entre eles que possa ter decretado essa manifestação dela", salientou.

"No futebol, ao contrário de outros negócios, temos o público, e muitas vezes nos utilizamos disso para satisfazer nosso público. [Leila jogou para torcida?] Não sei, mas posso dizer que todos os clubes cederam bastante para que a Libra chegasse nessa divisão. Diria que estão todos satisfeitos com essa divisão. O ótimo é o inimigo do bom. Se não é o ótimo, ele está muito bom, muito mais próximo do que seria mais justo", seguiu.

"Temos que reconhecer que, se o Flamengo saísse e fosse negociar sozinho seus direitos televisivos, talvez ele conseguisse mais do que consegue na Libra. Se o Flamengo está lá, ele abriu mão de direitos, de determinadas receitas, mas também pediu para que outros fossem preservados por um tempo. E todos concordaram de forma unânime. Portanto eu não entendi muito a colocação naquele tom da Leila", complementou.

Sobre a possível revogação da cláusula de unanimidade, que é o pedido de vários clubes da Libra, Guerra também abriu o jogo.

"O único (assunto) que ainda está sendo debatido internamente, que eu costumo dizer que é tema secundário, para mim não incomoda a unanimidade. Eu não deixaria de assinar a Libra pela questão da unanimidade", garantiu.

"A cláusula de unanimidade não beneficia só ao Flamengo. Pode inclusive causar danos para aqueles que depois queiram mudar alguma coisa. Isso é sabido pelo caso da Premier League, que não consideraram os direitos de transmissão do exterior, naquela época pequenos, decidiram ser igual para todo mundo, e hoje os grandes clubes que exigiram unanimidade hoje não conseguem mudar", argumentou.

"Guerra de narrativas"

Na entrevista ao Bola da Vez, Alberto Guerra também comentou a "guerra de narrativas" dos presidentes de clubes nas questões envolvendo uma liga unificada no futebol nacional.

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"A gente sabe que as narrativas são diferentes da realidade. O que eu tenho visto e até para minha surpresa, é um alto nível nas negociações dentro da Libra, é difícil ter unanimidade em várias questões, mas lá, eu diria que na maioria dos assuntos, está sendo tratado em alto nível, todos estamos concordando", observou.

"As questões que são colocadas na mesa, independente de Liga Forte Futebol ou Libra, elas são as mesmas. As questões que o Inter, o Fluminense, o Atlético-MG e o Fortaleza têm... Eram as mesmas questões que Grêmio, Botafogo, Cruzeiro e Vasco tinham. O que a gente optou foi em discutir dentro da liga e não fora. Isso não significa que a Forte não tenha tido um trabalho, inclusive importante, para esticar a corda em determinados assuntos, para que a gente conseguisse chegar nessa nova planilha para que futuramente..."., seguiu.

"A diferença é que o Inter, assim como outros clubes, optaram por discutir de fora pra fora, vamos dizer assim, dentro de dois grupos. E nós optamos dentro da Libra, de levar essa discussão entre nossos pares. Aí tem um pouco de guerra de narrativas, que não acho legal, não contribui. Não é só dentro da Libra", afirmou.

"De novo: é esse jogam para a torcida. Não é só a Leila nesse caso, se é que é o caso. É de outros presidentes, e não contribui. Mas estou bastante esperançoso", finalizou.