O Corinthians ainda não desembarcou do trem Cuca, cada vez mais descarrilado.
As notícias que chegam dos bastidores dão conta de um desconforto com a tensão. Não com o fato, cada vez mais evidente, de que Cuca participou do estupro coletivo de uma criança. Mas com a tensão causada pela cobertura da mídia e a cobrança da torcida.
Está ficando chato.
Assim como ficou chato para o Santos perder patrocinadores depois de contratar o também condenado Robinho.
Não tenho lugar de fala como corinthiana. Mas não consigo compreender o valor agregado por Cuca que justifique passar pelo que o Timão está passando. Pior: pelo que está fazendo a própria fiel passar.
E mesmo a gente, de fora, assistindo a um clube dessa envergadura passar pano para uma história escabrosa. Brigar com os fatos. Brigar com boa parte da torcida. Brigar com a sua história.
Para quê? Ganhar uns jogos (o que não aconteceu na estreia de Cuca), chegar às oitavas da Copa do Brasil, talvez avançar na Libertadores?
À custa de ignorar um estupro. Ignorar a vida de uma criança. Ignorar as mulheres que são estupradas, violadas, assediadas, apalpadas diariamente?
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Brasil registra 822 mil estupros por ano. Ou seja, dois estupros por minuto. Chocante? Não tanto quanto outro cálculo realizado pelo próprio Ipea: dos 822 mil casos anuais, apenas 8,5% chegam ao conhecimento da polícia e 4,2% são identificados pelo sistema de saúde.
Aliás, a maior a maioria das vítimas são crianças, com o pico de idade justamente aos 13 anos, mesma idade da menina suíça.
A diretoria do Corinthians teve a oportunidade de fazer o que a sociedade do passado e todos os outros clubes não fizeram. Se livrar de um mal maior.
Mas preferiu tentar alguns pontos na tabela e uns dinheiros de premiação.
Ao não desembarcar do trem descarrilado, perdeu o bonde da história.
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660 visitas - Fonte: UOL
Afff toda hora uma reportagem assim? Aff ta dando nojo ja de ler a mesma coisa toda hora.