Em 8 de abril de 2018 o Corinthians venceu o Palmeiras por 1 a 0 no tempo normal e confirmou a taça do Paulistão nos pênaltis depois de uma partida tumultuada. No entanto, como muitos palmeirenses reclamam, a decisão ficou marcada por motivos que excederam o futebol jogado entre as equipes.



No início do segundo tempo, Ralf e Dudu disputaram lance na área e o árbitro marcou pênalti. Logo depois, foram sete minutos de paralisação, reclamação e tumulto até a decisão ser revista e a falta ser cancelada. O árbitro afirma que mudou de decisão porque foi avisado por um auxiliar.

Por outro lado, o Palmeiras alegou que houve interferência externa porque um dirigente da Federação Paulista de Futebol (FPF) foi ao campo avisar que a marcação estava incorreta, fato que rende discussão até os dias de hoje. Não época ainda não existia o recurso do árbitro de vídeo (VAR).

Relembre o lance completo abaixo:



Árbitro da partida abre o jogo sobre a final

Em entrevista ao Estadão no ano de 2020, Marcelo Aparecido de Souza, apesar da grande polêmica sobre aquela final, se disse tranquilo e afirma que o único erro cometido naquela tarde foi demorar em cancelar o pênalti.

Já em 2023, em conversa revelada nessa semana, o juiz confirmou que poucos minutos depois ele percebeu que havia errado na marcação de reverter o pênalti do Verdão, e criou um "plano" para compensar seu erro.

“Eu marco com convicção, mas eu tenho total controle sobre tudo, atletas, estádio. Eu marco num impulso. Marquei porque eu não vi a mudança de direção. Ela mudou a velocidade, a rotação. Eu sei as lideranças da equipe, quem é quem. O Cássio, o Balbuena, o próprio Ralf, mas o Cássio veio imediatamente e eu senti que eu errei. Mas o que eu ia fazer?”, afirmou o árbitro.

“Eu tinha um plano na minha cabeça. Vai bater e se não pegar, vai voltar. Alguém vai invadir a área. Sempre invade. Se defender, segue o jogo. Se fizer, volta de novo. Mas, se bater de novo e marcar, aí não tem o que fazer”, prosseguiu Marcelo.

Na sequência, Marcelo contou que ouviu o quarto árbitro falar que Ralf teria pegado na bola, mas deixou a decisão para o juiz principal, que decidiu, segundo suas palavras, "fazer a coisa certa". Ainda na entrevista, o juiz contou que a falta de mudança de direção da bola o enganou, fazendo com que apitasse a penalidade no impulso.

Vale destacar que na entrevista ao Estadão, em 2020, o responsável chegou a falar em "teoria da conspiração" por parte dos torcedores ao ser perguntado se houve interferência externa quando voltou atrás. Relembre abaixo:

"O que me deixa tranquilo, é que tivemos a decisão acertada. Agora, eu não posso mudar a cabeça dos torcedores. Eles criaram uma teoria de conspiração de que houve uma interferência externa. Eles compraram essa ideia e vão levar isso para sempre. Não importa para eles se eu estava certo ou errado. Falar que houve interferência externa não passa de teoria da conspiração. Não teve interferência. O que houve foi um procedimento equivocado. A forma como foi feita, que durou sete minutos, isso estava errado. Não soubemos conduzir da maneira correta. Poderia ter sido mais rápido? Poderia. Mas com o estádio lotado, a gente não conseguia se ouvir. Dentro do estádio o barulho era ensurdecedor."

Dudu entra na briga

Em entrevista à ESPN, Dudu não demonstrou nenhum tipo de mágoa pela decisão polêmica. Na época, o Palmeiras alegou interferência externa, mas o assunto já foi esquecido pelo atacante. Como a escolha não pode mais ser revertida, o ídolo do Verdão ainda enviou uma saudação para Marcelo Aparecido de Souza .



“Isso é coisa do passado, né? Acho que isso passou. Era Marcelo Aparecido, né? Se ele tinha isso na mente (risos), não sei se eu ia fazer ou ia errar. Deixo até um abraço para ele. Sucesso no que ele estiver fazendo. Acho até que ele aposentou. É uma declaração que não era necessária. Mas nós pensamos para frente. Mas acho que não é um assunto muito legal para gente comentar”, afirmou o atacante do Palmeiras.



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