Atual presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves não vai se envolver em questões políticas antes do segundo semestre de 2023. O clube tem eleições presidenciais e de Conselho Deliberativo marcadas para novembro, e o atual dirigente diz querer paz para focar no futebol.
Duilio concedeu entrevista coletiva na tarde da última terça-feira, no CT Joaquim Grava, e por mais de uma vez pediu a seus adversários políticos que o deixem trabalhar sossegado e que reflitam para que suas atitudes não atrapalhem o time profissional masculino na temporada.
O dirigente também refutou qualquer possibilidade de concorrer à reeleição. Chance que só seria viável diante de uma mudança estatuária com votação entre conselheiros e associados ou então na Justiça, se apoiando em uma brecha do estatuto do clube.
– Com muito respeito, não quero responder. Se eu entrar na política, piora tudo. Não importa se pode ou não pode ter reeleição, jamais concorreria no fim do ano. É a minha posição muito clara. Isso aqui cansa, 24 horas por dia, larga vida, família. É um prazer, mas é muito cansativo. Quero trabalhar até o último dia do mandato. Tem muita coisa a fazer.
O plano de governo está sendo todo executado. Tem obra na sede do Canindé, no Parque São Jorge, vamos entregar. Depois, manter a responsabilidade fiscal. Fiel torcedor, tem muita coisa boa... Coisas que plantamos e vamos colher agora. Quero me afastar da política para trabalhar com tudo isso – disse o presidente.
– Meu único apelo é para os que estão envolvidos, que não coloquem o futebol no meio. Esse é meu apelo. Quero trabalhar 100% no meu mandato. Não vou me envolver na política.
Alheio ao ambiente político instaurado no Parque São Jorge, Duilio nem sequer vai colocar um substituto na diretoria de futebol para evitar possíveis especulações políticas de sucessão ao seu mandato. Vai absorver a função para si e trabalhar apenas com o gerente Alessandro Nunes.
– Vou acumular o cargo de diretor de futebol até o fim do meu mandato. Podem achar, se eu colocar alguém, que é um candidato ou não sei o quê. Não quero. Serei eu e Alessandro – afirmou, chegando a dizer que o gerente é o melhor do Brasil na função.
Duilio também deu uma alfinetada em Augusto Melo. O empresário é o único a já ter lançado sua candidatura à presidência e vem trabalhando como principal nome da oposição desde antes do pleito passado, em novembro de 2020. Ele ficou em segundo lugar na votação que elegeu Duilio.
– Ano político atrapalha o dia a dia, notícias falsas o tempo todo, o que a gente chama de fogo amigo... Estamos aqui para blindar o futebol, mas a eleição já começou há dois anos, eu ganhei e no minuto seguinte já começaram a fazer campanha. É direito. Cada um tem que saber o que pode fazer – completou Duilio, durante a coletiva.
Logo nas primeiras perguntas da entrevista, Duilio já havia respondido com um apelo aos possíveis candidatos e sócios do Parque São Jorge.
– Queria fazer um apelo aos candidatos, às organizadas, aos sócios: respeitem o Corinthians. A eleição é só no fim do ano. Tomem cuidado.
Indefinição
Pressionado a tirar Roberto de Andrade do cargo, Duilio está vivenciando um ano de erupção em seu grupo político, a Renovação e Transparência. Ainda não há consenso entre os membros de quem será o nome que concorrerá ao pleito e, por ora, quem pleiteia a posição é André Luiz de Oliveira.
O empresário conhecido como André Negão tem forte rejeição interna e divide opiniões no grupo encabeçado pelo ex-presidente Andrés Sanchez, que será figura central na decisão sobre a sucessão de Duilio. Assim como Duilio jura que não concorrerá à reeleição, Andrés jura que não será candidato.
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