Vítor Pereira até ganhou dias de paz no Flamengo depois de vencer o Vasco e garantir classificação na final do Campeonato Carioca. No entanto, os vexames recentes na Supercopa do Brasil, na Recopa Sul-Americana e no Mundial de Clubes não deixam o português imune às críticas.
Em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br, Paulo Sérgio, ex-atacante do Corinthians e tetracampeão com a seleção brasileira em 1994, afirmou que não se surpreendeu com o início conturbado de VP no Rubro-Negro.
Para o ex-jogador, o técnico ainda não conseguiu implementar um padrão de jogo no Flamengo, problema que também se repetiu quando ele treinava o Timão.
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Não me surpreende [problemas no Flamengo]. Você vê o esquema tático. O Flamengo tem muita qualidade no setor de meio, do ataque. Nesse esquema quantas vezes o Pedro tem chance de gol? Por mais tenha feito, mas quantas vezes teve chances? Com o Dorival Jr. toda hora o Pedro estava chegando, o Gabigol estava chegando. Você vê o Gabigol vindo buscar a bola no setor defensivo, a bola não chega no ataque. Está tudo muito confuso como já era na época do Corinthians'', pontuou.
No Corinthians, Vítor Pereira teve um aproveitamento de 51,6%, com 26 vitórias, 21 empates e 17 derrotas em 64 jogos. Sem faturar títulos e vice da Copa do Brasil, o português deixou o cargo em novembro de 2022 alegando problemas familiares e, semanas depois, acertou com o Flamengo.
Para o seu lugar, o clube paulista trouxe Fernando Lázaro, que até o momento venceu seis, empatou cinco e perdeu duas das 13 partida em que disputou, totalizando 59% de aproveitamento.
Na visão de Paulo Sérgio, VP não conseguiu criar uma equipe base no Timão durante toda a temporada de 2022, algo que Lázaro, por exemplo, já conseguiu solucionar em quatro meses de trabalho.
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Particularmente, eu não vi nada no [trabalho] do Vítor Pereira que me chamasse a atenção. Nada. Um sistema de jogo, um esquema tático que ele pudesse ter deixado. Vi um Corinthians muitas vezes jogando num 5-4-1, num 6-3-1. Isso qualquer treinador faz. Vi uma equipe que não ganhava clássicos. Não vi nada, e fui muito criticado quando disse isso. Depois da saída do Vítor Pereira as pessoas começaram a fazer uma análise que ele tirou o Fagner, que tirou o Gil, que eram jogadores que precisavam ficar no banco. Tudo bem, naquele momento eram jogadores que não estavam rendendo e até admito que é válido. Mas deixar um padrão de jogo eu não vi. Era muita mudança na equipe do Corinthians e não tinha uma equipe base'', começou por afirmar.
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O Lázaro vem fazendo isso, ele conhece o futebol brasileiro, os jogadores, sabe onde pode chegar. Eu vejo o Corinthians como tendo uma base hoje. É lógico que isso requer um pouco de tempo, o Lázaro começou agora seu trabalho. O Vítor Pereira começa o trabalho perdendo clássicos e todo mundo dizendo que precisava dar tempo. Por mais que estivesse no clube, o Lázaro não era o treinador. Hoje a responsabilidade dele mais do que dobra. O Corinthians tem uma base e a tendência é crescer'', concluiu.
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