A Fifa e a FIFPro (o sindicato mundial dos jogadores) anunciaram nesta quarta-feira (16) o lançamento do SMPS (Serviço de Proteção de Mídias Sociais, na sigla em inglês), que visará proteger os atletas de discursos de ódio e discriminação durante a Copa do Mundo 2022.
Através do SMPS, todos os jogadores das 32 seleções do Mundial terão acesso a relatórios de monitoramento e moderação de mensagens, que serão adotados para diminuir a visualização de mensagens de teor agressivo e ofensivo. O objetivo é preservar a saúde mental dos jogadores participantes do torneio.
"A Fifa está comprometida a providenciar as melhores condições possíveis para os atletas demonstrarem seu melhor potencial. Na Copa-2022, estamos satisfeitos de lançar ums sisema que irá ajudar a proteger os atletas dos efeitos devastadores que postagens em redes sociais podem causar à saúde mental e ao bem-estar de cada um deles", disse o presidente da Fifa, Gianni Infantino.
O presidente da FIFPro, David Aganzo, fez coro.
"É responsabilidade dos dirigentes de futebol ajudar a proteger os jogadores do abuso que eles enfrentam cada vez mais em seu ambiente de trabalho. Esse tipo de abuso tem impacto profundo em suas personalidades, nas suas famílias, no desempenho em campo e na saúde mental", declarou.
O jogador escolhido para ser a "cara" do novo programa da Fifa foi o meio-campista Willian, ex-Corinthians e atualmente no Fulham, da Inglaterra.
De acordo com a entidade que rege o futebol mundial, o ex-seleção brasileira "experimentou de forma dura as dificuldades causadas pelo abuso virtual".
"Sua recente experiência atuando no Brasil, onde sua família foi ameaçada e abusada de forma online, forçou seu retorno à Inglaterra, onde hoje ele defende o Fulham", escreveu a Fifa.
Em entrevista à organização, Willian falou de maneira aberta sobre os apuros que passou no Timão recentemente.
"Eu sofri muito. Minha família também sofreu, porque pessoas começaram a atacá-los nas redes sociais. Atacaram, minha família, minhas filhas. É por isso que estou hoje junto com a Fifa para procuramos maneiras de acabar com esse tipo de coisa", salientou.
"É difícil, porque, às vezes, você nem quer jogar mais. Porque, por exemplo, eu ia (jogar) e ficava pensando 'se eu fizer um jogo ruim, eles virão atrás de mim de novo, da minha família'. Então, às vezes, os jogadores nem querem jogar, porque a gente está lá para dar o nosso melhor, mas pode ser que não esteja em um bom dia, é normal e isso afeta nosso desempenho em campo", seguiu.
"A gente fica com medo de fazer algo em campo, pois, se faz algo errado ou não muito bem, eles podem vir atrás de você e da sua família após o jogo", complementou.
Através do SMPS, as seleções e jogadores poderão optar pelos serviços de moderação da Fifa e da FIFPro, que irão imediatamente esconder e/ou deletar comentários ofensivos feitos em redes sociais como Facebook, Instagram e YouTube, impedindo que eles sejam vistos.
Esse William é mandado pela mulher, é um cuzão