É praticamente unânime que há um leve favoritismo para o Flamengo na grande final da Copa do Brasil. O rubro-negro possui mais qualidade técnica e decide em casa. Do outro lado, porém, há uma equipe que evoluiu no último mês, definiu uma base titular sólida, e mostrou que pode vencer o rubro-negro, o que equilibra um pouco as coisas. Uma decisão por pênaltis na noite de hoje não pode ser descartada.


Nas duas traves há expoentes decisivos neste tipo de definição. Cássio é um dos maiores jogadores da história do Corinthians, defendeu inúmeros pênaltis em uma década de clube, e só em 2022 já foi fundamental em duas decisões desta natureza. Diante de Boca Juniors e Guarani, por Libertadores e Paulistão, saiu como herói.

Já Santos ainda vai completar um ano no Flamengo e teve poucas oportunidades de mostrar seus dotes de goleiro pegador de pênaltis. Foram duas infrações contrárias com ele no gol, e as duas entraram em cobranças de Ganso e Helinho, por Fluminense e Red Bull Bragantino respectivamente. No Furacão, se destacou, e fez o próprio Mais Querido provar do veneno.

Em 2019, nas quartas de final da Copa do Brasil, em pleno Maracanã, ajudou o Athletico a eliminar o Flamengo em início de trabalho de Jorge Jesus ao defender as cobranças de Diego e Everton Ribeiro, dois de seus companheiros de elenco. Cássio e Santos têm estilos muito parecidos para tentar frear os batedores rivais, e certamente já estudaram cada passo dos adversários caso o jogo se defina assim.

Há um ponto que os difere: a velocidade de reação. Cássio é um goleiro maior e mais pesado. Três anos mais velho também, o que acaba influenciando neste quesito. Santos reage mais rapidamente. E isso, já que adotam a mesma estratégia, explica a pequena diferença recente de aproveitamento de defesas em cobranças de pênalti entre eles. 20% x 15% a favor do rubro-negro.

Os dois têm como característica a espera até o último momento para a definição do canto em que vão pular. Não se trata de aguardar a bola sair dos pés do adversário para tentar pegar. Por mais que façam isso de forma esporádica e específica em alguns momentos, o padrão é definir o lado ao se basear na posição do corpo e do pé de apoio do batedor.

Quando o adversário abaixa a cabeça para bater na bola e enquadra o corpo, direcionando o pé para a pelota, eles definem o lado. A leitura de Cássio vem sendo mais apurada. Acertou o canto em quase metade das vezes nos últimos 20 pênaltis cobrados contra a sua meta. Já Santos acerta menos, apenas seis, mas pela velocidade de reação consegue chegar mais inteiro e fazer a defesa.

Até mesmo a quantidade de pênaltis desperdiçados pelos adversários, mas que não foram defendidos por eles é parecida: dois para cada. Nas vezes em que acertaram o lado, o adversário tentou tirar muito do raio de ação deles e mandou para fora. Em outras duas, erraram o canto, mas as cobranças tiveram o endereço da trave.

Flamengo e Corinthians têm excelentes batedores, perfis diferentes para tentar superar os adversários nestes decisivos duelos individuais, mas alguém duvida que Santos ou Cássio podem terminar a decisão como protagonistas? Já mostraram que sim! Façam suas apostas!