Em São José dos Campos, interior de São Paulo, no ano seguinte ao primeiro título mundial (de 2000), nascia quem hoje pode ser herói do Corinthians em uma final de Copa do Brasil. Cheio de sonhos, Yuri Alberto chega com a camisa 9 do Timão para o jogo mais importante do clube nos últimos anos, a decisão nacional contra o Flamengo, nesta quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), no Maracanã.
E com a bênção de uma torcida que sonhou com Cavani, viveu expectativa por negociações com Diego Costa, ouviu até sobre Luis Suárez e acabou por receber um promissor atacante revelado pelo Santos e que estava na Rússia.
Yuri correspondeu e vai por mais. Nascido em março de 2001, aos 21 anos, o centroavante tem projeto e foco: quer chegar à seleção brasileira e estar na Copa do Mundo de 2026. Quem sabe, também, antes disputar a Olimpíada de Paris, em 2024, com o time olímpico.
Planos factíveis para o dono de um ataque que em algum momento deste ano esteve desacreditado. Com o camisa 9, porém, a temporada que parecia ser de expectativas frustradas está a um gol de ser inesquecível.
Yuri chega para a final desta quarta-feira com oito gols, ocupando a vice-artilharia do elenco em menos de seis meses de clube, atrás apenas de Róger Guedes. A partida contra o Flamengo terá a transmissão da Globo e do SporTV, com lives pré e pós-jogo no ge. Na ida, 0 a 0. Qualquer novo empate leva a decisão aos pênaltis.
Projeto audacioso
Yuri segue morando com os pais, em São José dos Campos. Vai e volta de Guarulhos ao interior de São Paulo em dias de treino no CT Joaquim Grava e prefere a calma de sua cidade à badalação da capital paulista. À vontade por lá, está montando uma academia particular para treinar.
Investimento que chega para dividir espaço com outras compras de relevância para turbinar sua performance dentro de campo: de acordo com seu estafe, Yuri é o único jogador de futebol no país a ter um aparelho chamado termografia, que serve para medir o desgaste após os jogos e entender onde estão as regiões mais frágeis de seu corpo, realizar o descanso adequado e saber qual atividade está apto a fazer com o objetivo de evitar lesões.
Yuri Alberto tem também um anel do sono, aparelho que mede descanso e recuperação em repouso. Usado para ajudar, por exemplo, a seleção brasileira a monitorar seus atletas. Corpo e mente alinhados para que o camisa 9 possa deixar em campo tudo de si.
Retorno ao Brasil
No começo da temporada, em janeiro, nem sequer passava pela cabeça de Yuri Alberto retornar ao Brasil. Muito menos, é claro, disputar uma final de Copa do Brasil. Afinal, estava de saída para o Zenit, da Rússia, com projeto de ganhar visibilidade num mercado secundário europeu e se transferir a médio prazo para grandes centros do continente, como Inglaterra e Espanha, por exemplo.
A princípio, Yuri só deixaria o Internacional, seu clube na época, no meio do ano. No entanto, acabou sendo transferido antes para ocupar uma lacuna no elenco russo com a lesão de um companheiro de ataque. Planos antecipados e que se mostraram cruciais para o desfecho atual.
O Timão, por outro lado, também não cogitava Yuri Alberto. À época, em janeiro, fez uma consulta por Cavani e ouviu valores altos para os padrões brasileiros. O uruguaio estava no Manchester United, em reta final de contrato, e também não se empolgou com a possibilidade de disputar o Campeonato Brasileiro. Hoje, está no Valencia, da Espanha.
Com o sonho de ter o jogador do Uruguai mais distante, as atenções, por circunstância, acabaram voltadas para Diego Costa, que estava prestes a rescindir com o Atlético-MG. As partes conversaram, chegaram a esboçar um acerto, mas, também pelos valores, a contratação não aconteceu.
Enquanto isso, com o passar dos meses, Yuri percebia que talvez sua trajetória inicial na Europa pudesse ser encurtada. Com o avanço da guerra entre Ucrânia e Rússia, junto com sua família, o hoje camisa 9 alvinegro decidiu voltar ao Brasil, mesmo gostando da vida em São Petersburgo.
Final feliz?
Já no Brasil, Yuri foi sondado pelo Inter e tinha a possibilidade de retornar a Porto Alegre. No meio do caminho, apareceu a possibilidade de jogar no Corinthians, estar mais perto de sua cidade natal e apostar no projeto de um dos clubes de maior torcida do país.
Depois de um começo sem gols em oito jogos, desencantou numa noite decisiva e fez três na goleada por 4 a 1 sobre o Atlético-GO, que classificou o Timão às semifinais da Copa do Brasil. Aos poucos, ao lado de Róger Guedes, ganha entrosamento e forma uma dupla que até pouco tempo atrás era considerada improvável pelo próprio técnico Vítor Pereira.
O final feliz não passa só pelo título da Copa do Brasil, mas também pela próxima temporada. O atacante tem contrato de empréstimo até junho de 2023 e, mesmo querendo voltar à Europa num futuro não tão distante, sabe que ainda é jovem e pode aumentar seu período no Parque São Jorge. Uma discussão que pode ser facilitada em caso de conquista nesta quarta-feira.
Faltou esse otario do Edynaldo leite dar uma de mocinha para os jogadores kkkkk
Faltou o Didie Drogba, kkkkkkkkkkkk
O problema é que ainda não é nosso, tá só emprestado até o meio do ano.