Campeão mundial no Maracanã em 2000 após passar pelos pênaltis contra o Vasco, o Corinthians pode voltar a levantar um troféu no maior estádio do Rio de Janeiro caso supere o Flamengo na próxima quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), na grande decisão da Copa do Brasil.
A última taça conquistada no Rio de Janeiro, porém, faz menos tempo: foi em 2015, num time que contava com Cássio, Fagner, Gil e Renato Augusto. Líder disparado do Brasileirão, o Timão precisou apenas de um empate por 1 a 1 contra o mesmo Vasco para ser hexacampeão na 35ª rodada.
A festa pelo título foi grande no gramado e no vestiário do estádio vascaíno, onde uma geladeira lotada de cerveja esperava os jogadores para a celebração. Mas não parou por aí.
Hospedados em Copacabana, os jogadores primeiro foram levados ao Fratelli, um tradicional restaurante italiano da Barra da Tijuca. Por lá, comeram pizza e confraternizaram com todos os funcionários. Cerveja, vinho e outras bebidas eram liberadas para toda a delegação.
Comandante daquele time, Tite também participou da festa e foi até flagrado um pouco alterado:
– Tomei umas duas, três (caipirinhas)...Tomei uma bem grande e uma cervejinha também, agora vou deitar – disse o treinador à reportagem da ESPN na ocasião, tentando manter a compostura.
A festa na casa de Vagner Love
Do restaurante, os jogadores foram levados de van para a casa do atacante, que havia sido o autor do gol do título. A festa contou com a presença da esposa e de todos os familiares de Love, que é nascido e criado na cidade.
Cerca de 80% do elenco e dos funcionários compareceram a esta celebração, que durou até as 6h da manhã. Outros, mais jovens, optaram por uma casa noturna na zona sul do Rio de Janeiro.
Tite, que havia ido para o hotel trocar de roupa e tomar banho, também apareceu na celebração.
– Foi bem legal. O Love já havia contratado a gente bem antes do jogo. Ele tinha confirmado: "Pode vir que a gente vai ser campeão, está confirmado o pagode". Então chegamos logo depois do jogo e já estavam lá o Love e o Elias. Depois encostou uma van e chegou todo mundo, o Tite, o presidente (Roberto de Andrade), estava geral. Love e Elias cantaram, a galera curtiu muito – lembra João Victor Costa, músico do grupo Aglomerou, que tocou na festa armada por Vagner Love.
Diretor de futebol da época, Eduardo Ferreira conta que a única coisa planejada pelo clube era o jantar. A festa do atacante foi promovida pelo próprio e contou com muita fartura.
– Toda hora chegava comida, mais bebida, trocava o grupo de pagode, era jogador pulando na piscina. Tite ficou uma ou duas horas e depois foi embora, lembro que prepararam uma caipirinha enorme pra ele. E tinham uns carros que levavam os jogadores de volta ao hotel em Copacabana – lembra Edu.
Cada um no seu horário, os jogadores foram retornando ao hotel. "Virado", um grupo formado por Ángel Romero, Uendel, Felipe e Cristian resolveu andar na praia logo que amanheceu.
Lá, foram parados por torcedores que também estavam virados. E até deram entrevista nas primeiras horas da manhã.
A volta pra casa e os 6 a 1 no São Paulo
O elenco retornou a São Paulo após o almoço de sexta-feira. Na porta do CT, milhares de torcedores recepcionaram o ônibus da equipe, em festa que parou o trânsito na rodovia Ayrton Senna. Na chegada do CT, Tite liberou os jogadores das atividades daquele dia.
– Quando o time chegou, o Tite falou para eles: "Agora, fiquem com suas famílias e com aqueles que vocês amam, estão todos liberados". E cancelou o treino. Eles só tinham de aparecer no sábado – lembrou o assessor de imprensa Dênis Ninzoli, que na época trabalhava no clube.
Havia, porém, uma grande preocupação. O jogo da entrega da taça seria no domingo e contra o São Paulo. Ninguém queria que uma derrota para o rival colocasse água no chope corintiano.
– A gente teve medo de tomar um pau do São Paulo. Metade do grupo estava completamente despreparado para aquele jogo. Não teve concentração, eles tinham de se apresentar no CT no domingo às 11h. Então sábado à noite muita gente saiu. Teve jogador que chegou bêbado no CT. É uma piada até hoje entre a gente o fato de, mesmo assim, o time ter ganhado por 6 a 1 – lembrou o então diretor Eduardo Ferreira.