Saem Renato Augusto e Róger Guedes, entram Giuliano e Mateus Vital.


As substituições feitas por Vítor Pereira no segundo tempo de Corinthians 0 x 0 Flamengo, jogo de ida da final da Copa do Brasil, geraram diferentes reações nas arquibancadas da Neo Química Arena, mas reforçaram uma convicção do técnico português: de não se prender a grandes nomes ou medalhões, nem mesmo num jogo tão decisivo.

Da insegurança ao ver duas referências técnicas do time saírem, até a sensação de que as mudanças melhoraram seu time no final da partida, a torcida corintiana viu as opções do banco de reserva darem resposta.

Mateus Vital, Ramiro, Giuliano e Gustavo Mosquito foram as escolhas de Vítor Pereira para voltar ao jogo. O treinador português mostrou, neste momento, seu modo de trabalhar.

– Por muito que gosto do Renato e do Róger Guedes, gosto mais do Corinthians, estou a defender o Corinthians, faço o que acho que tenho que fazer – disse Vítor após a partida.

Pensando apenas em como fazer sua equipe voltar a funcionar em campo, Vítor Pereira mexeu, e as mudanças, na sua visão, corresponderam.

– O que claramente se notou depois das substituições é que voltamos a criar problemas. Deixamos de ficar lá atrás. Estávamos muito baixos e sentia-se que, mais cedo ou mais tarde, eles poderiam chegar ao gol. Tivemos que modificar, colocar gente mais fresca, com mais capacidade de pressão e melhoramos – explicou Vítor.

Os exemplos têm se repetido ao longo da temporada. Róger Guedes, que reclamou ao ser substituído na final, saiu em nove dos últimos 11 jogos que fez como titular. Renato, por sua vez, tem sido gerido por causa do desgaste natural de quem retornou recentemente de lesão.

Contra o mesmo Flamengo, pela Libertadores, Vítor Pereira também substituiu Willian antes do fim do jogo, lançando Gustavo Mosquito. Seria a última partida do ex-camisa 10 pelo Timão.

Elenco nas mãos?
As respostas depois do empate contra o Flamengo podem abrir a discussão sobre se Vítor Pereira tem seu elenco em mãos ou não. Alexandre Lozetti, comentarista da Globo, comentou a situação.

– É difícil saber se Vítor Pereira tem o elenco em mãos. A irritação de Renato e Róger ao serem substituídos pode significar muita coisa, desde uma reação natural por saírem de um jogo decisivo até um acúmulo de insatisfações por diversas decisões do treinador. Isso é mais frequente do que parece. O Corinthians certamente tem divergências, como na maioria dos ambientes de trabalho, mas faz um bom segundo semestre, a evolução é notável, e isso passa por uma melhor compreensão entre treinador e jogadores, do que cada um pode fazer e faz de melhor.

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– Mais do que nomes, Vítor Pereira administra o elenco do Corinthians pelo que cada jogador pode oferecer. Os mais dotados tecnicamente não são aqueles com a energia que o treinador tanto aprecia - e de fato precisa -, principalmente em jogos contra equipes como o Flamengo.

– Era preciso manter certa técnica, embora num nível inferior, mas com jogadores descansados. Depois, VP mexeu nas “cotas” de energia, com Ramiro e Mosquito nos lugares de Du Queiroz e Adson. Com um modelo de jogo amadurecido, o banco, mesmo sem o talento que há no time reserva do Flamengo, tem conseguido manter o Corinthians competitivo durante a maior parte das partidas – completou o comentarista.

Vítor Pereira foi adquirindo, naturalmente, com mais tempo de trabalho, um conhecimento maior sobre como seus jogadores podem render. Recentemente, o treinador geriu a equipe titular, usando um time misto em jogos do Brasileirão.

Mateus Vital, por exemplo, atuou nos últimos dez jogos do Timão, sendo dois como titular, acumulando 416 minutos em campo. Ramiro jogou cinco desses dez, dois como titular, com 202 minutos.

Giuliano soma 510 minutos jogados nas últimas dez partidas, e é considerado o reserva imediato de Renato Augusto. Teve, inclusive, uma boa oportunidade de finalização na entrada da área contra o Flamengo, mas foi travado.

Apesar de ter começado na reserva, Gustavo Mosquito costuma fazer um rodízio com Adson na ponta-direita. O primeiro atuou em sete dos últimos dez jogos, e o segundo em oito destes.

Todos devem ganhar mais ritmo de jogo neste sábado, às 19h, quando o Corinthians enfrenta o Goiás fora de casa pela 32ª rodada do Brasileirão, podendo mostrar mais para seu treinador.