A equação para Vitor Pereira na Neo Química Arena não era simples.


Ao contrário do adversário da quarta na final da Copa do Brasil, o Corinthians não tem duas chances de título nas copas para virar as costas para o Brasileiro. O Athletico, que vive o mesmo cenário, mas na Libertadores e só no dia 29, vinha praticamente completo e também luta por vaga no G6.

A solução foi inserir titulares, como Fagner, Balbuena, Fausto e Roger Guedes e colocar outros três no segundo tempo: Fausto, Du Queiroz e Yuri Alberto, além de dar minutos a Maycon, que pode ser importante na decisão nacional.

A vitória por 2 a 1, além dos três pontos que deixaram a equipe temporariamente na segunda colocação, foi importante para reforçar a eficiência em seus domínios e dar confiança para o início da disputa da taça.

Todos no Corinthians sabem da importância da ida em casa para abrir vantagem, inclusive no aspecto mental. Inverter a lógica das quartas da Libertadores, quando o Flamengo saiu de Itaquera com classificação bem encaminhada para apenas confirmar no Maracanã.

Por isso Cássio deve jogar, mesmo com um trauma no pé ainda não muito bem explicado. Típico caso em que não jogaria uma partida na competição por pontos corridos, mas vai para o sacrifício em uma decisão.

E o time de Vitor Pereira vai tentar impor uma "blitz" inicial, como fez com o "mistão" para cima do Athletico. Pressão intensa no adversário com a bola e também nas opções de passe mais curto, transição rápida para pegar o oponente saindo e também força nas bolas paradas. Como no escanteio pela direita que Fagner colocou na cabeça de Balbuena para abrir o placar, logo aos cinco minutos.

Com 25 já estava 2 a 0, no pênalti convertido por Roger Guedes. Tudo que Vitor Pereira precisava para administrar um jogo a quatro dias de uma primeira perna de final. Por isso o treinador valorizou, mais uma vez, as palavras "pressão" e "fome" na coletiva pós-jogo.

É assim que trabalha, gosta e desta vez há mais tempo para treinamentos. É assim que vai tentar tirar o Flamengo do conforto na quarta. Pressão nas arquibancadas e no campo, tentando uma melhor sorte em relação ao torneio continental. Quem sabe sair na frente agora, ao contrário do golaço de Arrascaeta que descomplicou tudo para os rubro-negros?

Não foi por acaso que Dorival Júnior mandou reservas, mais o goleiro Santos, para Cuiabá, treinou os dez titulares de linha na manhã de sábado e só depois viajou para comandar a equipe na vitória por 2 a 1 na Arena Pantanal. O técnico sabe que não reencontrará o mesmo Corinthians de 2 de agosto. E agora vale taça.