O Corinthians venceu o Cuiabá por 2 a 0, na noite deste sábado, na Neo Química Arena, e conquistou a segunda vitória seguida que o manteve no G-4 do Brasileirão. Os gols foram marcados por Yuri Alberto e Róger Guedes.
Vítor Pereira admitiu a oscilação ao longo do jogo e disse que o Timão fez o que era necessário para vencer.
– É um jogo em que fizemos o que tínhamos que fazer. Na primeira parte, alguns bons momentos, outros em que a equipe estava sem a intensidade que eu gostaria, especialmente no processo defensivo. Na segunda parte, um jogo de controle de bola, ter a bola, não andar tanto em transições para não descontrolar o jogo. Fizemos nosso papel, ganhamos de 2 a 0, tivemos outras chances. O resultado está certo, justo –analisou o técnico.
Vítor Pereira lamentou o mau início do Corinthians, que sofreu um gol de Deyverson logo aos três minutos - anulado pelo VAR por impedimento do atacante do Cuiabá. O treinador admitiu que é preciso entrar mais ligado nos jogos.
– Garanto que não é falta de alertas. Se não entramos a ganhar, temos a desvantagem contra um adversário organizado, com linha de 5, 3-4-3, não é fácil entrar. Alertamos muito o fato de ser importantíssimo começar com a vantagem do nosso lado. Infelizmente, levamos [o gol, anulado]. Não foi o primeiro, nem o segundo, já foram vários. Temos que corrigir, sinceramente.
– É o que peço a eles. Entrar concentrados, focados, pressionando, entrar mostrando para o que viemos. Para ganhar o jogo. Levamos o gol, não sei o que dizer. Temos que corrigir, é uma coisa coletiva. É de concentração. Eu sei exatamente o que aconteceu, mas não vou dizer, porque foi um erro coletivo que não pode acontecer. Não podemos entrar nos jogos assim – disse Vítor Pereira.
Com o resultado, o Timão recuperou o quarto lugar, que havia perdido para o Flamengo minutos antes de entrar em campo. Assim, a vantagem para o Fluminense também diminuiu, já que o Tricolor perdeu para o Atlético-MG. Veja como está a tabela.
Agora, a equipe de Vítor Pereira viaja para jogar na terça-feira, às 21h30 (de Brasília), contra o Juventude, pela 30ª rodada do Brasileirão. Fausto Vera, que levou o terceiro cartão amarelo, está suspenso.
Veja outros trechos da coletiva do técnico do Corinthians:
Atuação de Róger Guedes
– Sobre o Róger, pode jogar tanto por fora quanto por dentro. Ele já percebeu isso. Fomos alternando um pouco, se ele jogar só por fora, fica previsível. Precisa fazer outros caminhos e com liberdade para aparecer na esquerda. Eu acredito que ele pode expressar muito mais o que é capaz de fazer. Hoje fez um belíssimo gol, deu um bom passe no primeiro, criou uma linda jogada com o Vital. Vai procurando os espaços porque tem essa mobilidade, é característica dele e tem que aproveitar.
Escolha por Adson em vez de Mosquito
– São dois jogadores de características completamente diferentes. Gustavo é mais de espaço, mais rápido do que o Adson. Adson é mais de bola no pé, de partir para dentro, tocar e jogar e correr com a bola. Não vamos poder fazer esse campeonato até o fim só com o Gustavo, tenho que ter o Adson preparado. Assim como tenho que ter o Raul preparado, assim como outros. Onze jogadores não vão chegar para esses jogos todos que aí vêm. E depois tem que ver também a recuperação de cada um deles. Alguns recuperam mais fácil, podem jogar partidas seguidas, outros não. O Gustavo tem mais dificuldade em se recuperar, portanto. O Adson já jogou muitas vezes, se lesionou, precisamos dele no melhor nível.
Correção de falhas
– Essencialmente, jogamos no outro jogo, à espera de uma linha de cinco, com os extremos por dentro. E assim, permitimos que os laterais dele ficassem altos. Depois, jogamos muitas vezes com nossos laterais por trás da linha de atacantes deles. Quer dizer que, se estou à frente da pressão, facilmente sou pressionado. Precisávamos corrigir essas questões, dos extremos jogarem por fora também, para travar os laterais deles e nossos laterais receberem mais no ataque. Fiquei surpreso na última partida porque o Atlético-GO nunca jogou assim durante todo o campeonato. Não tinha uma bola de cristal para adivinhar isso, por isso não preparei a equipe para isso, também fui surpreendido.
Bom momento antes da Copa do Brasil
– É melhor trabalhar sobre vitórias do que em cima de derrotas. A derrota tira confiança e gera desconfiança uns nos outros, até no treinador. Eu gosto de vitórias consistentes, não de jogos descontrolados, que eles podem marcas, nós podemos, como no último jogo. Como gosto da minha equipe organizada, consistente, foi um jogo que me deixou incomodado. Hoje foi mais consistente, apesar de achar que, no processo defensivo, temos que ser melhores ainda. No ofensivo também, claramente, mas conseguimos gerir mais o jogo.
Mudanças
– Essencialmente, foram feitas no sentido de preservar jogadores, de não sobrecarregar com risco de lesão e depois de preparar mais jogadores para todo o campeonato que ainda temos pela frente. Precisamos de gente preparada, e para isso precisam de jogo. Se não tiver jogo, não ficam preparados. Se só treinarem, não vão estar pronto quando precisar deles.
Giovane
– Nós vamos precisar de todos para essa sequência de jogos de três em três dias. Vamos entrar em outra fase que precisamos de todos. O futebol é um bocadinho de momento, e o Giovane continua a evoluir, é um miúdo, tem muita coisa a aprender ainda. Mas, para mim, não parece muito justo que o Arthur, que está jogando muito bem no time de baixo, não tenha oportunidade no profissional. O futebol é puro mérito. E o Arthur, para mim, mereceu essa oportunidade. Não quer dizer que eu deixei de contar com o Giovane. É um miúdo, os dois são, têm que aprender muitas coisas, mas eu achei que o Arthur, pelo que tem feito, mereceu a oportunidade dele.
Juventude
– É um local de difícil acesso, mas não vamos a pé e nem vamos subir nenhuma montanha. Se não deixo todos aqui. Não sou muito de deixar jogadores, gosto de criar um espírito. Somos uma equipe, viajamos juntos, apoiamos juntos. Mesmo que sejam jogadores já consagrados, acho que têm que acompanhar a equipe, se for preciso, têm que entrar, alguns vão ter que jogar de início. Porque os outros, quando estão fora, também os apoiam. Tem muita gente fora que faz esse espírito de equipe do banco. Gosto de promover esse espírito. Não é porque a viagem é longa que este e aquele não vão. Não gosto disso. Se falamos de um jogo antes de uma final, é capaz de deixar alguns. A única vez que deixei jogadores de fora, foi contra o Palmeiras, quando estavam todos com gripe. Vai ser assim, todos na viagem, depois todos para cá outra vez.
Bom público na Arena
– Ao contrário do que alguns pensam, eu sinto que a torcida tem um papel determinante. É claro que a equipe tem que ajudar, mas eu sinto, de fato, que essa energia de fora, é como a sensação de um vírus que contamina os jogadores, para o bem. Aqui, a grande diferença dessa torcida, é que apoia do primeiro ao último minuto. Pode xingar à vontade quando acabar, mas enquanto há jogo, eu nunca vi. Eles são capazes de apoiar mais quando sofremos um gol. Isso eu nunca vi em lugar nenhum. Normalmente, a reação é de frustração e crítica. Por isso essa torcida é especial. É diferente de todas que conheci na minha vida, na minha carreira. Portanto, são determinantes para o resto do Brasileirão e final da Copa do Brasil.