Arthur Elias, técnico do Corinthians feminino, destacou a história sendo escrita pelas Brabas do Timão após a conquista do Brasileirão, neste sábado, na Neo Química Arena, ao golear por 4 a 1 o Internacional.
– Fiquei satisfeito com a parte tática, técnica, mas o que vale mesmo é a história delas, a atmosfera que estava hoje. Isso é o que nos deixa mais feliz – disse.
Na sua sexta final de Brasileiro consecutiva, o Corinthians chega ao quarto título, sendo três seguidos. E o jogo também ficou marcado pelo recorde de público em jogos femininos entre clubes no Brasil e na América do Sul. Foram 41.070 torcedores presentes.
– Ganhar sempre é bom. A gente trabalha arduamente todos os dias com muito respeito, comprometimento e qualidade. Eu tenho jogadoras fantásticas – disse Arthur, que ainda destacou as dificuldades que teve ao longo da temporada.
Neste ano, o técnico chegou a treinar com apenas 15 jogadoras de linha, já que tinha atletas convocadas para a Seleção e lesionadas. Diany, autora do segundo gol corintiano, por exemplo, retornou para o jogo deste domingo.
– Foi desafiador, uma temporada com muitos problemas de lesão, aceleramos processos com algumas atletas, mas elas acabaram ganhando casca, amadurecendo. Foi importante para chegarmos confiantes no mata-mata. Conseguimos relacionar 23 jogadoras, quem diria, já que trabalhei boa parte da temporada com 15 de linha nos treinos, por lesões ou convocações.
Um reflexo disso é a temporada no Paulistão feminino, onde o Corinthians ocupa a sexta colocação, correndo risco de ficar fora do mata-mata. Contra o Palmeiras, na última quarta-feira, Arthur Elias teve que poupar suas titulares, chegando até a criticar a FPF pelo calendário feito.
Mas, agora, a situação é diferente. E o ano ainda guarda a Libertadores para as Brabas, competição qual o Corinthians é tricampeão.
– Com muito trabalho conseguimos mais esse título (Brasileiro). Agora, Libertadores falamos depois, hoje vamos aproveitar esse título.
Veja mais respostas do técnico Arthur Elias:
O que mudou do primeiro jogo, no Beira-Rio, para a decisão deste domingo?
– Para mim, toda a fase de mata-mata vence quem consegue evoluir de um jogo para o outro. A gente saiu de forma errada da pressão no jogo de ida. Hoje jogamos mais dentro de nossas características, vendo onde estavam os espaços, conseguindo jogar com profundidade e dando ritmo no meio-campo.
A questão física é uma das peças-chaves desse Corinthians?
– Eu não consigo separa parte física, mental, tática, técnica... Está tudo relacionado e tudo junto nos treinos, nos jogos. Mantendo a posse de bola, fazendo um jogo objetivo, tendo profundidade e sabendo trabalhar a bola no ataque, desgastamos a equipe adversária. O mérito é delas. Conseguimos mandar no jogo, e não é uma questão física.