A final entre Corinthians e Internacional colocou o futebol feminino novamente debaixo dos holofotes. Com estádios lotados e torcedores empolgados, o jogo de volta da decisão do Brasileirão feminino, que ocorre hoje (24), às 14h, na Neo Química Arena, promete um show dentro e fora das quatro linhas.


Em campo, o tradicional Corinthians tenta o tricampeonato nacional consecutivo, com direito à classificação — com goleada — sobre o rival Palmeiras nas semifinais. Já o Internacional, mais novo xodó da torcida colorada, busca o título inédito após eliminar o São Paulo e empatar por 1 a 1 no jogo de ida.

E a promessa é de estádio cheio. No primeiro confronto, 36.330 pessoas estiveram presentes no estádio do Beira-Rio, registrando o maior público da história do futebol feminino no Brasil. O recorde, porém, vai durar pouco, já que o Corinthians anunciou ontem (23) que 39.900 ingressos já foram vendidos para o segundo jogo da final.

"A gente quer, sim, que esteja lotado o estádio. Não interessa se é a favor ou contra. Eu sempre lutei por isso, o meu sonho de atleta é ver o estádio lotado. É contra? Sim. Mas quero que tenha, porque isso valoriza a modalidade, cada uma de nós. Para nós é muito especial. O grupo está sereno, tranquilo, mas bastante focado. Para nós, é a realização de um sonho e temos muita consciência de que estamos construindo uma história linda no clube", disse Bruna Benites, jogadora do Internacional.

"O futebol, de uma maneira geral, também está investindo nas mulheres. Não tenho dúvida que essa é a tendência. O Brasil é um país com grandes clubes, que já estão abrindo as portas para o futebol das mulheres, com estrutura para trabalhar. O investimento vai aumentando e a gente fica muito contente com isso. O cenário tem mudado, sim, e mudado para melhor", completou o técnico Arthur Elias, do Corinthians.

Além da alta procura por ingressos, os clubes prepararam ações para divulgar a decisão do Brasileirão feminino. O Corinthians, por exemplo, colocou jogadores do time masculino para "convocar" a torcida.

Além disso, o Alvinegro contará com um patrocinador máster especialmente para a partida desta tarde. O clube anunciou o acerto com a Buscofem Hot em coletiva realizada ontem com técnicos e jogadoras de ambos os clubes.

Em alta com a CBF
O futebol feminino também está em alta dentro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que pagará R$ 1 milhão de premiação para o time vencedor e metade disso para o vice. O valor é cinco vezes maior em relação ao ano passado, mas ainda bem abaixo do que o torneio masculino paga (o time campeão entre os homens ganha R$ 33 milhões).

"A nossa prioridade é fortalecer cada vez mais o futebol feminino. Além de financiar toda a competição nacional, a CBF faz questão de dar essa premiação recorde", disse o presidente Ednaldo Rodrigues.

Na TV aberta
Outro ponto positivo para o futebol feminino está nas telinhas. O segundo jogo da final terá transmissão na TV aberta, na Bandeirantes. Já o Sportv mostra a decisão na TV fechada e a Eleven Sports é responsável pela exibição na internet.

Além disso, o futebol feminino ganhou um programa fixo na grade da ESPN, o "Mina de Passe", que vai ao ar todas as sextas-feiras, às 21h (de Brasília). Para as mulheres do futebol, o céu é o limite.