O frio de 10 graus em Itaquera não intimidou o torcedor do Corinthians, que, mais uma vez, compareceu em peso na Neo Química Arena para assistir a mais um jogo no Brasileirão, desta vez válido pela 24ª rodada. O adversário foi o RB Bragantino, que até foi melhor em alguns momentos, principalmente no final da segunda etapa, mas o 12º jogador do Timão fez toda a diferença.
Quase 37 mil pessoas compareceram a um jogo em um frio bem maior que 10 graus (a sensação térmica era menor, com certeza), em uma segunda-feira, às 21h30 da noite. A expectativa era de um público bem inferior e, convenhamos, seria totalmente justificável - esse jogo seria no sábado, às 20h, mas acabou modificado pela CBF.
Mas, não, a Fiel compareceu e ganhou novamente um caloroso agradecimento do técnico Vítor Pereira e de alguns jogadores. O duelo, aliás, abriu uma sequência importante em casa, já que, no domingo, o time recebe o Internacional na Arena e, no dia 15 de setembro, o Fluminense, pela volta da semifinal da Copa do Brasil. No meio disso, há um clássico contra o São Paulo, no Morumbi.
É impressionante como a torcida consegue transformar um jogo "qualquer", de uma segunda à noite, que poderia passar batido, em espetáculo. Primeiro, porque o próprio clube garantiu fogos e show de luzes e, segundo, porque a Fiel garantiu apoio do início ao fim, inclusive - e principalmente - quando Cássio precisou fazer diversas defesas para manter o 1 a 0 no placar.
Falando do jogo, especificamente, concordo em número e grau com a honesta análise de Vítor Pereira: foram dois tempos diferentes (novamente), sendo que, no primeiro, o jogo poderia ter sido liquidado se um passe aqui ou acolá chegasse melhor ao companheiro ou se a finalização fosse mais certeira.
Foi possível ver, nos 45 minutos iniciais, um princípio da benfeitoria que alguns dias seguidos de trabalho podem fazer ao time, que demonstrou mais entrosamento ou, então, uma tentativa de encontrar o companheiro com mais facilidade (por isso, também, tantos erros, ao meu ver).
No segundo tempo, foi uma pena Du Queiroz não ter acertado o gol ao invés do travessão, ou Yuri Alberto ter chutado com mais força no contra-ataque. Foram dois lances claros de aumentar a vantagem e ter mais tranquilidade para gerir o tempo e o elenco. No entanto, o que se viu foi um Bragantino entrosado e de muita qualidade, como já sabemos que é, bem próximo e empatar.
Assim, Vítor Pereira precisou encontrar soluções no banco de reservas para conter esse ímpeto, já que seus jogadores não estavam mais conseguindo fazer isso com a intensidade de que ele gosta. Ramiro entrou bem, mas precisou ser deslocado para conseguir cobrir o lado e perdeu a função de chegar pelo meio (ele teve um chute perigoso antes disso).
Ainda assim, foi entre os titulares, o mais regular, que VP precisou apostar (e, depois, agradecer): Cássio. Em altíssimo nível, o goleiro parou tudo que chegou por ali. Das oito defesas feitas no jogo, sete aconteceram no segundo tempo, duas no finalzinho, em cabeçadas impressionantes paradas pelo Gigante e que dariam o empate ao Massa Bruta.
Não foi um jogo de encher os olhos, mas foi um jogo que bastou, que foi o suficiente, mas que, claro, precisa passar por evoluções, como todo bom trabalho. Isso será possível com essa nova semana livre, depois com a outra e, por fim, mais uma, para tentar alavancar na tabela do Brasileirão e chegar à semifinal da Copa do Brasil.
O melhor de tudo isso é que dos três próximos jogos, dois serão em casa e o duelo restante em São Paulo, sem a necessidade de viagens. E se, em Itaquera, o futebol às vezes não basta, a gente viu mais uma vez que a torcida dá conta de fazer o resto, quantas vezes forem necessárias.
Corinthians, 2022, Campeonato Brasileiro