Dois técnicos portugueses são protagonistas do duelo de líder contra vice-líder do Brasileirão, às 19 horas (de Brasília) de hoje (13), quando Corinthians e Palmeiras se enfrentam na Neo Química Arena. O clássico opõe um Abel Ferreira já muito conhecido e vencedor a um Vítor Pereira que ainda tenta ganhar tempo para mostrar a sua identidade no futebol brasileiro.



Abel Ferreira, todo mundo já sabe, transformou o Palmeiras em "Palmeiras de Abel", calou as críticas com títulos e virou unanimidade. Demorou, mas se estabeleceu de tal maneira no Brasil que hoje é pedido até na seleção brasileira. Seu compatriota Vítor Pereira, por outro lado, tem tido mais problemas do que soluções no Corinthians e tem no clássico uma chance de ouro para retomar a tranquilidade.

Os times vêm de momentos muito distintos, ainda na esteira das decisões na Libertadores. O Corinthians foi eliminado do torneio e ainda perdeu Willian, que rescindiu o contrato. Já o Palmeiras se classificou e ainda anunciou um reforço, o meia Bruno Tabata, que está relacionado para o clássico. Em campo, VP e Abel travam o duelo mais importante dos últimos anos entre técnicos portugueses no Brasil.

Sem tempo, VP sofre no Corinthians

Ele chegou ao clube em fevereiro, sem pré-temporada nem tempo para treinar, e ainda não conseguiu implantar no Corinthians seus principais ideais de jogo. Foram semanas de futebol "resultadista", como o próprio Vítor Pereira admitiu publicamente, porque os desfalques importantes chegaram a dez ao mesmo tempo.

O objetivo a longo prazo é desenvolver um estilo com posse de bola, marcação adiantada e domínio do meio-campo. O Corinthians chegou a ter lampejos destes ideais contra o Flamengo, na Libertadores, mas ainda pena com o desentrosamento dos reforços e alguns titulares ainda fora de ritmo. Tudo isso somado à saída de quatro titulares nos últimos meses (Gustavo Mantuan, João Victor, Jô e Willian), ninguém ainda sabe com certeza o time do 1 ao 11.

Neste contexto, VP não conseguiu mostrar o que sabe. Ele desembarcou com enorme prestígio e currículo recheado de títulos na Europa, mas no Brasil o trabalho ainda é mais teórico do que prático. O Corinthians chegou a agosto brigando por três títulos e isso foi um feito, é verdade, mas até aqui os resultados valeram mais do que o desempenho. O desafio do treinador é cumprir a promessa de um jogo mais ofensivo daqui para frente, e para isso vai precisar da bonança que o clássico pode lhe dar.

Foram muitos jogos em que usamos uma equipe de sobrevivência, uma estratégia para conseguir contrariar o adversário. Foi uma equipe mais resultadista, que teve que garantir os pontos para chegar hoje em condições de apresentar um futebol de maior qualidade. Acredito que a tendência é melhorar."- Vítor Pereira, pressionado por melhor desempenho no Corinthians.



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