Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, comentou sobre a dificuldade de comandar um clube de futebol, principalmente pelo imediatismo dos torcedores e também da imprensa, algo que não acontecia na sua época.
“Tem que ter tempo, ter paciência, e nós, cada dia mais, estamos com menos paciência. Quando eu assumi a primeira vez, talvez por ter vindo da segunda divisão, aquela coisa toda, o corintiano, a própria imprensa, tinham mais paciência com o Corinthians. Você trazia o Paulinho, que era um ‘Zé Mané’ lá no Bragantino, ‘nego’ não questionava. Você trazia um Leandro Castán, um Ralf aqui do Barueri, nego ‘po, vamo ver’. Hoje, você traz um Davó com 20 anos do Guarani, ‘nego’ questiona. Você traz um Ederson do Cruzeiro, de graça, que agora foi vendido para a Atalanta por 20 milhões de euros, ‘nego’ não deixou jogar no Corinthians, e vários outros. Éverton Ribeiro, que foi mandado embora do Corinthians, o Weverton goleiro do Palmeiras. A torcida do Corinthians e principalmente a imprensa não dão mais tempo“, disse o ex-dirigente no podcast Brasil Futebol Expo.
Andrés, que pertencia à chapa “Renovação e Transparência”, comentou sobre as mudanças na maneira de gerir um clube e a dificuldade de existirem vários ‘partidos’ dentro de uma mesma diretoria.
“Achei que o futebol dentro da gestão está mudando. Talvez não com a velocidade que necessite, mas está melhorando. Agora, as políticas dentro do clube pioraram muito, pioraram muito desde o meu primeiro mandato. Não adianta, é um clube social sem fins lucrativos, e a política dentro do clube influencia muito. O Corinthians hoje tem negócio de ‘chapinha’ no conselho, então entram oito ‘chapinhas’, são oito donos, é um congresso nacional, são oito partidos. Você ganha a presidência, você entrou lá com dois partidos, você não dura um ano e as coisas não andam. É muito questionamento, muita desconfiança, vendeu jogador tem ‘rolo’, não vendeu tem ‘rolo’, é difícil“, concluiu o ex-Corinthians.