João Victor, zagueiro do Corinthians, em treino no CT Joaquim Grava
Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians
No último sábado (4), o zagueiro João Victor não entrou em campo diante do Atlético-GO. Lesionado, ele não viajou com a equipe. Seria a chance de o beque reencontrar uma parte importante de sua história recente. No Campeonato Brasileiro de 2020, o Corinthians resolveu dar rodagem a João Victor, o time goiano apareceu e levou o zagueiro por empréstimo. Quando chegou, o jogador encontrou Vágner Mancini no comando da equipe.
Sua primeira oportunidade foi de lateral, e foi muito bem. Na sequência, acabou ganhando uma vaga na zaga. É um zagueiro rápido, bom no jogo aéreo e com boa saída de bola. Tem um extracampo muito bom, treina forte. Quando retornou do empréstimo, o reencontrei no Corinthians. Como já o conhecia, dei a ele a oportunidade
"VÁGNER MANCINI, EM ENTREVISTA AO UOL ESPORTE.
Mancini não ficaria até o final daquele Brasileirão no Atlético-GO. Marcelo Cabo foi contratado para dar sequência no trabalho, que culminou com uma campanha histórica no torneio. Assim como Mancini, Marcelo Cabo destaca a polivalência de João Victor. "Quando eu cheguei no Atlético-GO fui ver os dados dele e um dado que me chamou atenção foi que ele tinha velocidade de extremo (ponta/atacante). Então eu tinha uma organização de jogo que procurava atrair a equipe adversária para o lado esquerdo, fazer uma saída com três zagueiros, e trocava o corredor rápido para que ele pudesse arrastar do lado direito e virar quase que um lateral direito. E várias vezes ele surpreendia o adversário por causa da qualidade técnica dele e da velocidade", revelou Cabo, em entrevista ao UOL Esporte.
Por conta da influência do pai, Airton José Marcelino, um maratonista amador e amante do atletismo, João Victor chegou a praticar o esporte, mas antes mesmo de poder participar efetivamente da modalidade, João trocou as pistas pelos gramados. Mas as passadas largas, seja para ajudar no ataque ou para defender o gol alvinegro, são marca registrada do zagueiro do Timão.
Comandante do Corinthians, o português Vítor Pereira vê potencial para o jovem atleta atuar na Europa. Apesar de gostar e contar com João Victor, porém, é difícil que o camisa 33 permaneça muito mais tempo no Brasil. Benfica e Porto, ambos de Portugal, já demonstraram interesse no atleta. Internamente, a avaliação é de que João Victor dificilmente terminará o ano de 2022 no Corinthians. O alvinegro detém 55% dos direitos econômicos do jogador e está propenso a negociar a sua parte a partir de 12 milhões de euros, embora trabalhe com a expectativa de venda por 15 milhões de euros.
Apesar dos 23 anos de idade, Marcelo Cabo vê margem para crescimento de João Victor. "Ele é muito ansioso. Por um lado ajuda muito a equipe dele, mas por outro lado ele se expõe muito, ele tem de melhorar. Vejo pela trajetória no Corinthians que ele já melhorou bastante, mas é uma coisa que ele pode melhorar também, e isso vai melhorar com o tempo, com o amadurecimento. Acho que é um jogador que tem margem para evolução, apesar de hoje já desenvolver um bom jogo. Um poder de crescimento no mercado. Desejo todo sucesso do mundo ao João", resumiu o treinador.