Preso por injúria racial ao colorado Edenilson na noite do último sábado e liberado após o pagamento de uma fiança de R$ 10 mil, Rafael Ramos está com a delegação corintiana na Argentina.
Mesmo sem possibilidade de atuar nesta terça contra o Boca Juniors (o lateral-direito não está inscrito na competição), o jogador, que pela programação original voltaria de Porto Alegre para São Paulo, seguiu com a delegação para Buenos Aires por decisão administrativa.
A coluna do "UOL" apurou que líderes do elenco corintiano, entre eles, negros, mas não só negros, questionaram Rafael Ramos diretamente sobre o fato de ser acusado por Edenilson (ex-corintiano que atuou com alguns atletas que ainda estão no grupo) de tê-lo chamado de "macaco".
E, segundo os relatos, Rafael Ramos "se manteve firme, sem gaguejar, sem titubear, sem ficar nervoso e, de forma bastante clara e convicta, reiterou a todo o grupo que não chamou em nenhum momento Edenilson de macaco e que não é racista".
O fato é que o Corinthians, publica e internamente, jamais duvidou da palavra de Edenilson. Mas a diretoria avalia que (ao contrário do caso envolvendo Danilo Avelar, em que viu razão para ceder à pressão da torcida e afastar imediatamente o jogador que agiu de forma racista na internet) não há também motivos para desacreditar da versão de seu atleta e que não pode condená-lo de antemão.
A versão, sustentada por Rafael Ramos, de que o seu sotaque português tenha sido mal interpretado por Edenilson é considerada verossímil nos bastidores corintianos.
Ontem, o Ministério Público pediu o arquivamento da investigação que apura de denúncia de estupro contra Robson Bambu. Nesse caso, o Corinthians já tinha reintegrado o jogador por ter acreditado na versão do atleta e não optou em condená-lo por antecipação.
São casos diferentes, embora ambos envolvam acusações de crimes hediondos. A semelhança está no fato de que o Corinthians não se considera capaz de se colocar no papel de juiz e antecipar a absolvição ou a acusação.
A posição do Corinthians, pois, é aguardar. Se o jogador for absolvido durante o processo, como aconteceu com Bambu, a vida segue normalmente. Agora, caso seja comprovada a acusação e o atleta seja condenado, o clube encaminharia a rescisão para o departamento jurídico.
Corinthians, Rafael Ramos
Li na leitura labial,"tás marcado malaco"
Victroictro 51