Por meio de Wesley Melo, diretor financeiro do clube, e Frederico Gondim, Sócio e Head da Unidade de Serviço e Tecnologia da Falconi, em entrevista coletiva nesta sexta-feira, o Corinthians deu explicações sobre o balanço financeiro divulgado no começo de abril.
Um dos pontos explicados foi a dívida com Giuliano Bertolucci, empresário de bom trânsito no Parque São Jorge. Ao contrário do que foi publicado pelo ge, o Corinthians não diminuiu os valores que deve a Bertolucci.
– Sobre o Giuliano, não é duplicidade. Temos, sim, essa dívida com ele. O que teve é uma negociação de cerca de R$ 16 milhões, que é o passivo que temos com ele, e uma realocação do que é curto e longo prazo. Foi só uma classificação – disse o dirigente.
No balanço referente a 2020, a dívida que constava era de R$ 9,5 milhões, já no documento divulgado este ano, Bertolucci aparece com dois créditos: um em mútuo, de R$ 8,1 milhões, e outro em não circulante (que pode ser paga a longo prazo) no mesmo valor, totalizando R$ 16,2 milhões.
Em 2017, na gestão do presidente Roberto de Andrade, o Timão firmou contrato de mútuo com o empresário no valor de R$ 5,2 milhões, com juros de 1,5% ao mês.
Outro agente influente que emprestou dinheiro ao Corinthians em 2017 foi Carlos Leite. O escritório dele gere as carreiras de Cássio, Fagner, Gil, Renato Augusto e outros atletas. A dívida com ele era de R$ 4,1 milhões e, com juros de 1,94% ao mês, mais do que dobrou, chegando a R$ 8,3 milhões no fim do ano passado.
Além da dupla, o agente André Cury também é credor do Timão. Porém, no caso dele, foram feitos dois empréstimos em 2020: um de R$ 2,2 milhões, que não sofreu correção, e outro de R$ 916 mil, que saltou para R$ 1 milhão ao final do ano passado.
O balanço alvinegro também apresenta um empréstimo de R$ 300 mil contraído junto a Denis Mandelbaum, sem juros. O dinheiro foi utilizado em 2018 para a compra do lateral-esquerdo Rael. Denis Mandelbaum é irmão de Maurice Cohen, empresário de Rael. Em 2019, ele e a diretoria do Corinthians justificaram a operação.
– Foi um negócio de ocasião. Não queríamos envolver dinheiro na época. O empresário ofereceu o empréstimo, o jogador era interessante, mas tinha que ser pago de uma vez, e ele se prontificou – declarou Carlos Nujud, diretor do departamento de formação na época.
O contrato de Rael com o Corinthians acabou em 2020 e não foi renovado. Atualmente ele defende o São-Joseense, do Paraná.
Além de empresários de futebol, diferentes bancos emprestaram dinheiro ao Timão, casos de Daycoval, Itaú, Bradesco, Santander e BMG. De acordo com o balanço financeiro do clube, até o fim do ano passado, a dívida com empréstimos e financiamentos era de R$ 116,6 milhões.