Arce relembra passagem pelo Corinthians antes de reencontro na Libertadores
Adversário do Timão nesta noite, na estreia na Libertadores, atacante boliviano exalta a Fiel torcida, diz manter contato com Willian e minimiza impactos da altitude de La Paz
Arce não deixou muita saudade no torcedor corintiano. Embora tenha demonstrado raça e feito cinco gols em 34 jogos pelo clube ao longo do ano de 2007, o atacante boliviano se tornou um dos símbolos do rebaixamento alvinegro para a Série B.
A recíproca, porém, não é verdadeira. Quinze anos depois de sua passagem pelo Corinthians, Arce guarda enorme carinho pelo Timão, fala da Fiel torcida com entusiasmo e comemora o reencontro com o ex-clube nesta terça-feira.
"El Conejo", como o jogador é conhecido, deve ser titular do Always Ready no duelo contra o Timão na estreia na Copa Libertadores, às 21h30 (de Brasília), no Estádio Hernando Siles, em La Paz, na Bolívia.
"Com certeza acompanho, é sempre lindo ver o futebol brasileiro, eu sempre gostei, e costumo ver o Corinthians, a sua torcida, sua infraestrutura, seu novo estádio... Tenho amigos em São Paulo que são muito corintianos, tive a oportunidade de visitá-los nos últimos anos, e sempre vou acompanhar o Corinthians e torcer para que o clube esteja bem. Agora, que vamos nos enfrentar, espero que não seja tanto assim. Mas será uma linda recordação, espero que eu também vá bem com meu clube e que estejamos à altura dessa Libertadores", afirmou Arce, ao ge.
Nesta entrevista, o jogador boliviano relembra a passagem pelo Corinthians, diz ainda ter contato com o meia Willian, analisa o que esperar do Always Ready e minimiza os impactos da altitude de La Paz. Confira:
Quais são as suas principais recordações da passagem pelo Corinthians?
Arce: – As lembranças mais bonitas que tenho são da gente, da torcida, que é fiel, como diz o nome. Estão sempre apoiando nos bons e nos maus momentos, é uma torcida fiel. Tenho lembranças disso e de grandes amigos com quem joguei junto e que ainda tenho contato. Ficou um sabor amargo pelo ano que vivemos, mas minhas maiores recordações são de saber que passei por um dos maiores clubes do mundo.
Você ainda fala com alguém daquele elenco?
– Sigo em contato com alguns jogadores daquela época, Wilson, Willian... Que bom que ele voltou para o Corinthians. Vai ser muito lindo poder enfrentá-lo depois de tanto tempo. Tenho vários amigos, como Bruno (Octávio). São amigos para toda a vida, levamos essa amizade até agora. Fico muito contente pois, além de estar num clube tão grande, pude conhecer grandes amigos.
Apesar dessas boas recordações, aquele time ficou marcado por protagonizar o pior momento da história corintiana, que foi a queda para a Série B.
– Foi difícil esse momento, aconteceram muitas coisas na diretoria, algumas coisas não estavam bem já há alguns anos, e nós tivemos que pagar pelos erros de todo esse período. Mas creio que, apesar disso, sempre demos a cara, tratamos de lutar para não cair à Série B, mas foi muito difícil por tudo o que estava passando. Eu sempre pensava que os bons momentos iriam chegar, porque era um clube enorme, de uma grande torcida, o que tem hoje é merecido.
O que esperar do jogo desta terça-feira?
– Não será um jogo nada fácil, não há favorito nessa etapa da competição. Sabemos o que representa o Corinthians como clube, a torcida que tem, e também sabemos que não será nada fácil, apesar de a gente jogar em casa e de haver um pouco de medo dos outros por jogar na altitude. Creio que não vai ser fácil, não nos sentimos favoritos, sei da qualidade dos jogadores do Corinthians. Esperamos que dessa vez tudo saia bem para o nosso lado e possamos fazer um grande jogo.
No Brasil o Always Ready não é muito conhecido. O que você pode nos contar sobre a equipe?
– Always Ready é um clube copeiro, que foi um dos que iniciou a liga boliviana, mas nestes últimos anos não estava na primeira e na segunda divisão, esteve na terceira e na quarta. Com essa nova presidência, nos últimos três ou quatro anos, está demonstrando que quer levantar voo novamente e tem sido protagonista no futebol boliviano, campeão e vice nos últimos anos, isso demonstrou que a exigência que tem esse clube é bastante séria e agora trata de ter sempre os melhores jogadores da Bolívia. É um grande clube, que joga na altitude, a quase 3.900 metros acima do nível do mar. É o segundo ano consecutivo que participamos da Libertadores. No primeiro, não foi como esperávamos, mas estamos mais maduros como instituição e também como equipe.
Jogar na altitude pode ser um diferencial para vocês?
– O que posso dizer da altitude? Jogamos aqui, é onde vivemos, onde nascemos e nos sentimos felizes. Respeitamos todos os rivais que vêm. Se fala muito da altitude, mas os poucos que vêm jogam, fazem tudo bem. Não podemos negar que a altitude sempre tem uma pequena vantagem, a preparação é diferente de jogar no nível do mar, mas vocês viram a seleção brasileira e vários clubes que jogaram aqui e perderam o medo de jogar na altitude. É mais psicológico do que outra coisa. Sou agradecido aos que vêm e jogam, falam menos da altitude e se dedicam mais a jogar. Às vezes temos que jogar em lugares muito quentes e disso quase não se fala. O mais importante é que estou contente em estar novamente na Libertadores e enfrentar um clube importante como Corinthians.
Como você e seus companheiros reagiram ao sorteio da Libertadores, que colocou o Always Ready num grupo duro, com Corinthians, Boca Juniors e Deportivo Cali?
– Nos sentimos muito contentes e orgulhosos de cair num grupo bonito e importante, com grandes clubes, um jogador sempre quer enfrentar os melhores clubes do mundo. Foi muito lindo cair no grupo de Corinthians, Boca Juniors e Deportivo Cali, creio que é para desfrutarmos, não lamentarmos. São clubes importantes, sabemos que vai ser difícil, são times que buscam a vaga na próxima fase, mas vamos ter muito esforço e dedicação.
Você já está com 36 anos. Quais os planos que tem para o futuro da carreira?
– Estou com 36 anos e nos últimos oito ou nove joguei aqui na Bolívia. Não tem outra coisa a fazer além de cuidar, ser o mais profissional possível. Creio que isso me ajuda a estar em forma ainda, gostaria de jogar mais alguns anos, mas é Deus que decide até quando estarei no campo. Eu me sinto com muita força, muita vontade e muito desejo de seguir jogando futebol.
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