A decisão do Corinthians de retirar de seus espaços publicitários o nome da Taunsa implode o discurso de Duilio Monteiro Alves e de sua diretoria em relação ao atraso de pagamento da parceira.



Internamente e publicamente, o presidente e integrantes de sua diretoria vinham dizendo ter confiança de que a dívida seria paga em breve, que o ocorrido foi um problema pontual e que o clube precisa entender a dificuldade da parceira.


Como revelou a coluna, a Taunsa deixou de pagar ao menos parte do que já deveria ter pago ao Alvinegro pelo contrato de patrocínio entre as partes.


A receita a ser gerada por esse acordo foi reservada para pagar as remunerações de Paulinho, que estão em dia, segundo o clube.


Na contramão do discurso dos cartolas, o Corinthians divulgou nota afirmando que "estão suspensas as entregas previstas no contrato com o grupo Taunsa a partir desta sexta-feira (1). O clube continua as conversas com a empresa a fim de buscar uma solução amigável para o cumprimento dos compromissos já assumidos pela Taunsa, sem perder de vista a celeridade necessária e a prioridade dos interesses corinthianos, mantendo a confidencialidade devida em relação aos detalhes da negociação."


Na última terça (29), o Cori (Conselho de Orientação) ouviu da diretoria que o clube já tinha notificado a empresa duas vezes, como revelou a coluna. O órgão também ouviu que a direção não temia pela falta de pagamento. As explicações ao Conselho de Orientação foram dadas pelo diretor financeiro Wesley Melo.


Antes, no último dia 23, em entrevista na CBF , o presidente tinha tratado o atraso como pontual e sido compreensivo com a parceira.


"Entendemos um problema financeiro numa empresa, como é normal no mundo. No Corinthians tem, na sua emissora deve ter, eu já tive, de forma particular. Acontece. Temos um parceiro, aguardamos que ele tenha uma solução. Se não tiver, o Corinthians tem todas as condições de tomar suas medidas necessárias para que possa receber", afirmou o dirigente na ocasião.


A divulgação da nota sobre o corte de espaço publicitário para a Taunsa desmonta essa argumentação compreensiva. E agrada a conselheiros e membros do Cori que queriam uma postura mais agressiva do clube em relação à parceira.



As notificações feitas fora da esfera judicial, a retirada da Taunsa do espaço publicitário do clube e a nota para informar essa medida revelam um Corinthians preocupado com a falta de pagamento e se armando para cobrar a parceira na Justiça.

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