[ANÁLISE] Renato Augusto pode se encaixar melhor no Corinthians
Camisa 8 completa mil minutos no ano, se destaca na maioria dos jogos, mas é muito marcado em clássicos; Vítor Pereira busca melhor maneira para aproveitar meia
Cinco jogadores ultrapassaram os mil minutos em campo pelo Corinthians nesta temporada. E Renato Augusto é o único jogador do meio-campo a bater essa marca. Titular absoluto, o meia vem sendo um dos principais destaques do time.
Em alguns jogos, porém, tem sido controlado pelos adversários. Contra o São Paulo, nos últimos dois Majestosos, Renato se viu encaixotado na marcação individual de jogadores com maior intensidade, como Pablo Maia e Rodrigo Nestor.
Para entender o que vem dando certo, o que pode melhorar e o que esperar de Renato Augusto ao longo da temporada, o ge ouviu comentaristas sobre o futebol do meia. Casagrande vê o jogador sobrecarregado.
"O Renato é um grande jogador, cerebral, o principal do meio-campo do Corinthians. Só que o esquema do Corinthians não favorece o Renato."
Vítor Pereira tem escalado o Corinthians em um 4-3-3, com variações dependendo do momento da partida. Em apenas um jogo, contra o São Paulo, na semifinal, Renato Augusto não jogou no meio-campo. Foi usado mais adiantado, como um centroavante, e não rendeu.
"Renato Augusto é o principal criador do Corinthians e deveria atuar na posição em que se sente mais confortável, numa primeira etapa de construção e vendo o campo de frente, ainda que os adversários optem por uma marcação individual", analisa o comentarista Alexandre Lozetti.
No restante, o jogador de 34 anos atuou flutuando no meio-campo do Corinthians, buscando a bola na defesa e chegando na área. E o "sobrecarregado" de Casagrande se mostra nos números do Timão na competição.
"Ele é sobrecarregado nessa questão de iniciar a jogada, dar um passe, buscar a tabela, chutar de fora da área, ou seja, construir a jogada. Marcou o Renato, o time do Corinthians some, inclusive ele", explicou Casagrande.
A média de passes completos de Renato no Campeonato Paulista foi de 49,54 por jogo. Giuliano foi o segundo meio-campista com maior média, 32,71. Paulinho, a título de comparação, teve 26,71 nos passes certos.
Ele também é o líder, entre os meias, de estatísticas como chutes de fora da área. O meia marcou dois gols desta maneira na temporada.
Lozetti corrobora com a opinião de que o jogo de Renato Augusto passa diretamente por seu entorno.
"A questão está em equilibrar características na equipe. Se Renato terá, em alguns jogos, pouco tempo e espaço para tomar decisões e executar, a movimentação de seus companheiros torna-se fundamental. Se houver jogadores velozes para atacar o espaço, tanto melhor. Contra o Palmeiras, mesmo marcado por Danilo, o camisa 8 deixou Fagner na cara do gol. Não há marcação individual que resista o jogo inteiro", completou Lozetti.
"Renato, com inteligência de movimentação, pode até usar isso a seu favor, deslocando seu marcador para abrir espaço. Mas abrir para quem? Vitor Pereira precisa encontrar jogadores capazes de executarem sua ideia de pressão, posse e intensidade", finalizou o comentarista.
Paulinho, seu principal companheiro de meio-campo, ainda tem buscado o ritmo ideal dentro de campo. Renato Augusto também vem se adaptando aos treinamentos de Vítor Pereira e sua comissão, mais intensos e curtos.
"O mister tem uma forma muito diferente da forma que a gente vinha jogando, na forma que vínhamos pressionando e saindo. Ele vai ter essa semana para mostrar o que ele quer para gente poder entender. Tem coisas que só no campo para entender", disse Renato, em entrevista após a semifinal do Paulistão.
Com um tempo maior do trabalho de Vítor Pereira, Lozetti acredita na evolução de Renato Augusto na temporada.
"Quando houver mais harmonia entre ideia e peças, Renato tende a se libertar."
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