Já fazia um tempo que não comentava jogos, mas estava nos programas do sportv. Foi bem legal voltar no Corinthians 5 x 0 Ponte Preta, neste sábado, e já trabalhar com duas pessoas amigas e de quem gosto muito.
Eu e o narrador Milton Leite trabalhamos juntos na ESPN, em 1996/97, e aí vim para a Globo e logo depois ele também veio para cá. Ou seja, o primeiro jogo que comentei foi com o Milton narrando.
Já o Maurício Noriega, comentarista, tem um lado sentimental na história porque eu gostava das narrações de seu pai, Luiz Noriega, desde garoto. Na minha estreia. ele narrou os meus quatro gols e isso eu guardo com muito carinho. Fora que eu e o Maurício conversamos muito sobre rock, e ele é um cara muito bacana.
Falando sobre o jogo, eu nunca tinha visto uma diferença técnica tão grande entre Corinthians e Ponte Preta – times que já disputaram três finais de Campeonato Paulista.
Nas duas primeiras, em 1977 e 79, a Ponte tinha um timaço mesmo, com grandes jogadores. Tanto que na Copa de 78 o treinador Cláudio Coutinho levou para a Argentina o goleiro Carlos e os zagueiros Oscar e Polozzi.
Mesmo na época em que virei profissional, o time de Campinas continuava a ser forte.
Mas dessa vez praticamente não teve jogo. O Corinthians dominou completamente o primeiro tempo, fazendo três gols, e poderia ter terminado com um placar maior.
Mais um gol espetacular de Renato Augusto, que naquela posição para ele parece pênalti. Um belo gol do Gustavo Mosquito, e o terceiro do Paulinho, no seu estilo e chegando como elemento surpresa.
No segundo tempo, o ritmo do jogo caiu muito, mas o placar aumentou com dois gols dos garotos Adson e Mantuan.
Começam a aparecer algumas coisas diferentes que o novo treinador, Vítor Pereira, está implantando.
Ele deu uma entrevista na semana passada dizendo que queria um time compacto e que marcaria lá em cima para tentar roubar a bola no campo do adversário, e foi que vimos no primeiro tempo.
A ideia foi confirmada pelo Renato Augusto no fim da partida, e o grupo concorda com esse esquema. Funcionando se corre menos, como o Renato falou.
Willian também foi muito bem na partida e continua mostrando que a sua dinâmica e intensidade são diferentes das que vimos normalmente aqui. No ano passado ele disse que iria manter o ritmo e a velocidade da Premier League, e está conseguindo.
Na realidade, não teve jogo. A Ponte não ameaçou em nenhum momento, fora a bola que o Fagner tirou em cima da linha no final da partida e mais nada.
Na quinta tem Dérbi no Allianz Parque, e será um forte teste de começo de temporada. O Corinthians perdeu de virada em casa para o Santos, e na semana passada perdeu para o São Paulo no Morumbi.
Não acontece nada se um ou o outro perder, já que estão classificados e a única coisa que vale mesmo é pela grande rivalidade. E as brincadeiras, às vezes fora do ponto, nas redes sociais.
O Corinthians ainda não está pronto para os compromissos difíceis do Brasileiro e da Libertadores, mas o Palmeiras já está. Então será um jogo duro.
Dois treinadores portugueses, dois estilos diferentes e dois times cheios de ótimos jogadores. Uma garantia para se ter um bom jogo.
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