Alguns torcedores presentes na Neo Química Arena mais empolgados até gritaram "Vítor Pereira" no fim do segundo tempo ao serem pegos pela rima, mas o recado das arquibancadas era outro e foi iniciado pelas organizadas: "É, quinta-feira". É a data do Dérbi, num grito já bastante tradicional.
O Corinthians obteve uma vitória por 5 a 0 contra a Ponte Preta, pelo Campeonato Paulista, na Neo Química Arena, na noite de sábado, e encheu o torcedor de esperança antes de um jogo gigante.
Fora de casa, no Allianz Parque, contra um time invicto, com sete vitórias, dois empates e só um gol sofrido. Um rival campeão da Copa Libertadores. Mesmo assim, Vítor Pereira surpreendeu em entrevista coletiva ao dizer que não mudará o estilo do time. Quer pressionar e forçar erro.
Após estrear com derrota por 1 a 0 para o São Paulo no Morumbi, o treinador português teve uma semana para trabalhar e levou a campo um time com a sua cara: com muita intensidade, linha alta, pressão na perda da bola. Por várias vezes, a Ponte foi pressionada, errou e cedeu chances.
Diante de um rival frágil como a Ponte Preta, cada vez mais próxima do rebaixamento, o técnico armou o seu 4-3-3, com dois pontas de muita velocidade. Willian e Gustavo Mosquito, um dos destaques do time, desafogavam o Timão e faziam uma transição rápida ao ataque, facilitando o jogo alvinegro.
O Timão fez um, dois, três gols no primeiro tempo e podia ter feito mais. Acabou o jogo com 21 finalizações contra apenas cinco do clube de Campinas. Adson e Mantuan ainda fizeram o 5 a 0.
Em poucos dias, Vítor Pereira já deixa claro que tipo de futebol quer ver, com bola no pé, transição rápida, poucos cruzamentos para a área, futebol organizado, pressão na perda de bola e volume. Quer um time protagonista e parece saber exatamente do que precisa para conseguir esse objetivo.
Diferentemente do trabalho de Sylvinho, aliás, o técnico vem com poucas ideias engessadas. Contra a Ponte, sacou Du Queiroz ainda no primeiro tempo, coisa rara de se ver. Usou as cinco substituições para rodar grupo, fazer testes e premiar jogadores. E mudou o desenho tático da equipe mais uma vez no segundo tempo, agora fazendo de Fagner um terceiro zagueiro pela esquerda. Surpreendente...
Vítor Pereira chegou há pouco, mas o torcedor já tem conhecido um treinador que mostra bom conhecimento, pouco medo de arriscar e boas ideias. Na quinta-feira, ele conhecerá o Dérbi.
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