5/3/2022 11:00

Recém chegado, Vítor Pereira indica mudança de modelo no Corinthians

Recém chegado, Vítor Pereira indica mudança de modelo no Corinthians
O traço mais marcante da primeira entrevista coletiva de Vítor Pereira no Corinthians foi a disponibilidade para discutir o jogo. Diante de um novo movimento de chegada de estrangeiros, pessoas abertas à troca de ideias e dispostas a compartilhar conhecimento são as que mais contribuição podem dar ao Brasil.



Ao se abrir ao debate, o português se definiu como um treinador flexível, adaptável. Mas em dado momento deixou claras as premissas das quais não abre mão num time de futebol. Não parece exagero imaginar que a implantação de uma delas venha a representar mais do que um desafio, mas um aspecto fascinante de sua passagem à frente do elenco corintiano.


“Queremos um time capaz de dominar o jogo com bola, ter muita posse, mas muito forte em transição defensiva, agressivo, o que nos faça evitar correr para trás. Só se nos obrigarem vamos defender na nossa área”, disse ele ao falar de seu estilo.


Em outras palavras, o português defende um time que fique ao máximo com a bola, o que não parece um problema para uma equipe com tantos recursos técnicos. Mas, para isso, ele quer que o Corinthians recupere rapidamente a bola, ou seja, que tenha uma eficiente pressão após a perda da posse, uma reação rápida ainda no campo ofensivo. O que, de imediato, impõe uma mudança importante de comportamento neste time. E quando se fala em comportamento, a referência não é a caráter ou compromisso dos jogadores, mas a características do modelo de jogo.


Neste caso, os números ajudam a entender a questão. Uma métrica conhecida como PPDA analisa o número de passes que uma equipe permite ao rival trocar entre uma ação defensiva e outra. Ou seja, entre uma tentativa de desarme ou interceptação, quantos passes um time permite que seu oponente troque, em média. Em análises estatísticas, este dado é usado como uma medida da capacidade de pressionar o rival, de deixa-lo desconfortável com a bola. No Campeonato Brasileiro de 2021, o Corinthians foi o último colocado neste quesito: permitia 13,56 passes aos rivais entre uma tentativa de ação defensiva e outra. O Flamengo, que liderou esta estatística, permitia 7,45, segundo dados da plataforma Wyscout.


Outra medida de intensidade verifica quantas ações defensivas, seja uma tentativa de desarme, combate ou interceptação um time realiza por minuto de posse de bola do rival. Novamente, o Corinthians foi o último colocado no último Brasileiro, com cinco tentativas por minuto. O Flamengo, outra vez líder neste quesito, tinha 6,7 ações por minuto. No Campeonato Paulista de 2022, o Corinthians é apenas o 13º neste ranking. No chamado PPDA é o oitavo.


A leitura mais comum é de que o Corinthians se adaptou aos reforços que contratou no decorrer de 2021. Seja por questões de faixa etária, de características ou da condição física dos jogadores, passou boa parte dos jogos defendendo mais atrás, agredindo pouco sem bola, pressionando menos. Quando o fazia, não sustentava por longo período. Não é, por definição, um erro. O futebol permite que se vença jogos e campeonatos com diferentes modelos. A questão, a rigor, é que esta não é a ideia de jogo anunciada por Vítor Pereira. E, assim, algumas questões emergem.


Uma delas é se o treinador tentará impor suas ideias mantendo, sempre que possível, Giuliano, Paulinho, Renato Augusto, Willian e Roger Guedes juntos. Ou se entenderá que vai precisar abrir mão de alguns deles.


“Vamos ter que encontrar equilíbrio entre a qualidade técnica e física. Encontrar um jogo que nos permita ter a bola, evitar correr muitos metros para trás sendo agressivos. Evitar que estes jogadores façam muitos quilômetros correndo para trás”, disse Vítor Pereira em outro trecho da coletiva.


Embora deixe o caminho aberto para opções diferentes de escalação, esta declaração de Pereira pode apontar também um outro caminho. Talvez o novo treinador entenda que nem sempre será necessário evitar a perda de intensidade com a saída de um dos principais jogadores do time. Ele parece trazer um outro olhar para a questão: uma pressão organizada e eficiente permitirá ao Corinthians ter a bola por mais tempo, quase sempre no campo ofensivo, correndo menos atrás dos rivais. E, assim, o desgaste pode se reduzir.



De todo modo, uma mudança de modelo parece a caminho, com muito mais aposta na pressão ofensiva. Estamos diante de um processo que deverá ser fascinante: um técnico de outra cultura lançando um novo olhar sobre um elenco que desperta imensa expectativa. Não será nada anormal se o jogo deste sábado, contra o São Paulo, ainda mostrar poucas alterações. O trabalho mal começou. Mas o novo treinador do Corinthians, ao menos nos primeiros dias, dá sinais de ser mais um estrangeiro capaz de arejar nosso debate sobre futebol.

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