Vitor Pereira na apresentação ao Corinthians — Foto: Marcelo Braga

Apresentado nesta sexta-feira como novo técnico do Corinthians, o português Vítor Pereira citou técnicos de diferentes nacionalidades entre suas inspirações na carreira: entre eles Telê Santana, que fez história no São Paulo, justamente o rival deste sábado, pelo Campeonato Paulista.



Na véspera de sua estreia pelo Timão, Vítor Pereira explicou a citação ao ex-técnico do São Paulo, multicampeão nos anos 90.

– Eu lembro das seleções do Brasil, algumas delas brilhantes, que me fizeram chorar. Em Portugal, nossa segunda seleção é a brasileira. Temos uma seleção que compete em alto nível, mas na minha juventude era o Brasil. Se quiséssemos ir até o fim no Mundial, era com o Brasil, o Brasil que chegava até o final. Me acostumei a ver grandes jogadores brasileiros.

– Em termos de clube, o Telê Santana, as equipes dele... Telê, Cruyff, Arrigo Sacchi, Guardiola, foram pessoas que viram o futebol mais para frente. Conseguiram projetar um futebol, em sua época, de uma qualidade de vinte anos a frente. E o Telê Santana foi um deles. Aquela equipe do São Paulo do Telê tinha muita qualidade – destacou Vítor Pereira.

Entre os portugueses, Jorge Jesus foi citado, claro. Vítor Pereira se vê com um estilo parecido com o ex-Flamengo.


– Já joguei algumas vezes contra ele, como devem imaginar. É um treinador que imprime um ritmo forte no jogo. Nossa escola portuguesa vai um pouco nessa linha de imprimir intensidade, mas uma intensidade com qualidade. Se for uma intensidade de ganhar, perder, ganhar e perder a bola, não é qualidade.



O novo técnico do Corinthians disse encarar como um aprendizado a oportunidade de treinar no Brasil. E acha que os brasileiros também podem aprender com ele e outros estrangeiros, caso de Abel Ferreira no Palmeiras, por exemplo.


– Já tivemos muitos treinadores brasileiros em Portugal. Tenho, por princípio, que competência não tem nacionalidade, não tem idade. Conheço treinadores mais velhos e mais jovens com muita qualidade. Não tem cor. Competência ou você tem ou você não tem. A vinda de treinadores estrangeiros, eu se fosse técnico brasileiro, encararia de uma forma como oportunidade de perceber coisas novas. Vir para cá é um desafio no sentido de perceber a realidade do Brasil, de aprender com os treinadores brasileiros.

– Acredito que vou trazer alguma coisa nova com o nosso trabalho, algum upgrade ao futebol brasileiro. Se eu fosse brasileiro, seria uma oportunidade ver treinadores de outros países trabalhar. E para nós é uma experiência de jogar de três em três dias, muita competição, jogadores de qualidade.



Mas, e na seleção brasileira?

– Há quantos dias cheguei mesmo? (risos) É a primeira vez que venho, tenho que procurar um apartamento em São Paulo, estudar as equipes, os treinadores brasileiros, os estrangeiros que aqui estão, os atletas. Qualidade em termos técnico não falta. Não há um país no mundo com tanto talento como o Brasil. Portugal também produz, somos pequenos, mas produzimos. Eu prefiro avaliar primeiro do que já me meter nesse assunto (risos). Me faça essa pergunta daqui um tempo (risos) – brincou.