Entenda por que o Corinthians busca contratação de técnico "medalhão"
Más experiências com treinadores jovens e pressão vinda das arquibancadas fazem a diretoria do Timão partir para a tentativa de contratar um comandante renomado
O Corinthians espera contratar um técnico experiente, com currículo robusto e "casca" para suportar a pressão imposta pelo cargo. Dentro desse cenário, o nome de Jorge Jesus desponta como o favorito, embora o negócio ainda não tenha avançado.
O desejo da diretoria tem explicação no histórico recente. Muitos nomes passaram nos últimos anos e nenhum teve o sucesso esperado. Praticamente todos com um perfil de certa forma parecido. Nomes pouco experientes ou fora do quadro dos "medalhões" acabaram não dando certo.
Osmar Loss, Jair Ventura e Dyego Coelho são alguns dos exemplos de fracasso recente na opção para o comando técnico. Coelho não chegou a ser efetivado em sua segunda passagem, mas teve sete jogos para mostrar serviço e não convenceu.
Tiago Nunes, embora jovem, chegou como uma aposta, mas com títulos no currículo. O projeto também não deu certo, muito pela falta de tato do técnico com a gestão do dia a dia no clube. Vagner Mancini, um pouco mais cascudo, também sucumbiu.
Por fim, a gota d'água veio com Sylvinho. Chamado de "estagiário" pela torcida, foi alvo de críticas constantes durante sua passagem de nove meses.
Chegou a ser desrespeitado até por ídolos como Marcelinho Carioca, ao ser questionado pelas roupas que usava, virou chacota pelo estudos concluídos na Europa e se segurava apenas por apoio interno. Teve, do começo ao fim, ótima relação com o elenco, e uma enorme rejeição externa.
As críticas cresceram mês a mês em 2021, mas a diretoria optou por bancá-lo para 2022. Cenário que mudou nos primeiros jogos do ano. A pressão aumentou com o desempenho ruim e ficou insustentável na última quarta-feira.
Vaiado pela torcida antes, durante e depois da derrota para o Santos, na Neo Química Arena, na última quarta-feira, Sylvinho já sabia que o até então apoio irrestrito da diretoria já não era mais o mesmo. O nome de Jorge Jesus, oferecido aos dirigentes no começo do ano, já ecoava na cabeça de todos.
Numa espécie de sinuca de bico, Duilio Monteiro Alves, presidente corintiano, colocou ponto final no trabalho de Sylvinho no clube já com a certeza de que é chegada a hora de fazer um bom investimento num novo técnico, que "segure a bronca" e dê uma resposta à torcida.
O grande sonho da gestão é a conquista da Libertadores, o elenco foi e segue sendo montado para isso. E o projeto é para agora. Muitos dos jogadores principais já passaram dos 30 anos e não darão resposta a longo prazo. Por isso, o novo nome terá de chegar rápido, bem antes de abril, quando começa o torneio.
O Timão quer um medalhão, capaz de suportar a realidade do dia a dia alvinegro, com currículo vistoso e experiência suficiente para gerir a equipe com vários jogadores renomados na disputa da Libertadores.
Pressão por queda de diretor
A demissão de Sylvinho, porém, é só a ponta de um iceberg para Duilio resolver.
O presidente vem sendo questionado sobre a diretoria de futebol há meses. Um de seus principais aliados e de certa forma até protetor para evitar disputas políticas pelo cargo importante, Roberto de Andrade, diretor de futebol, é o principal alvo.
Duilio já foi diversas vezes questionado pela principal torcida organizada do Corinthians sobre o por quê da escolha por Roberto. Uniformizada esta que, em reuniões, diz até ter exigido a saída do diretor. Por ora, de nada adiantou, já que o presidente alega que não abrirá mão.
Roberto foi um dos incentivadores da contratação e manutenção de Sylvinho no cargo. É também um dos mais reticentes em relação a possível contratação de um treinador estrangeiro. Mesmo assim, seu futuro até o momento ainda parece ser no Parque São Jorge.
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