O Corinthians estreou no Campeonato Paulista jogando contra a Ferroviária, de Araraquara e o placar final foi o empate sem gols. O Timão voltou a apresentar os mesmos problemas que o assolavam na temporada passada, dentre eles a dificuldade de concretizar as chances criadas em gol.
Sem dúvida, o Timão dominou a partida por completo, manteve bom índice de posse de bola, mas não teve êxito para transformar esse domínio em números reais no placar. O time de Sylvinho está apresentando bom toque de bola e consegue envolver o adversário, mas no momento da finalização e/ou do último passe, comete erros irreversíveis.
Ficou claro que a falta de ritmo de jogo atrapalhou o rendimento. Os movimentos, ainda, não estão automáticos, o que até certo ponto é normal, em se tratando de um time que teve algumas modificações com relação a formação da temporada passada e que está treinando a apenas duas semanas. Mas, para deleite de sua Fiel Torcida, agora presente no estádio, era esperado melhor rendimento.
Uma série de fatores estão interferindo no desempenho do Timão. Dentre eles, a postura do técnico Sylvinho. Sua insistência em manter o esquema de jogo 4-1-4-1 é uma delas, pois apesar de possibilitar a posse de bola, não está trazendo evolução à equipe. Outro ponto são as improvisações feitas para suprir ausências de titulares. Sylvinho costuma deslocar os atletas para posições diferentes das habituais, nas quais o jogador não consegue ter seu melhor rendimento.
Anteriormente, o treinador não dispunha de material humano, porém o elenco foi reforçado e acredito que há outras possibilidades a serem exploradas. O volante Paulinho, recém contratado, para qualificar a construção de jogadas e a criatividade da equipe, deu outra dinâmica ao Timão no segundo tempo da partida contra a Ferroviária, tornando-o mais ofensivo.
Mas, Sylvinho tentou, novamente, colocar um meio-campista na função de atacante de referência. Gustavo Mantuan foi deslocado para suprir a ausência do atacante Jô, afastado por estar com Covid19, mas não conseguiu ter rendimento aceitável, deixando a equipe com clara lacuna.
No segundo tempo da partida, o atacante Róger Guedes foi deslocado para função de camisa 9. Mas como o próprio jogador já declarou, que não se sente à vontade nessa posição, não rendeu o suficiente. A falta de um camisa 9 eficiente, talvez, seja o principal gargalo no elenco atual do Corinthians.
Em clara tentativa de modificar a postura tática da equipe, o treinador substituiu Willian e Mantuan. Entraram Gustavo Mosquito e Gabriel Pereira, mas o time ficou desorganizado e passou a jogar sem estratégia definida, abusando de cruzamentos longos para a área adversária.
De pouco adianta os altos índices de posse de bola que o Timão apresenta, se não consegue produzir chances reais de gols e/ou se não tem habilidade para finalizar corretamente. Acredito que o futebol se resume em três pilares: bom entrosamento do elenco com o esquema proposto, organização tática e resultado positivo no placar.
No cenário atual do Corinthians as questões táticas acabam ganhando relevância, pois o time não está conseguindo produzir bons resultados, indicando que algo não está funcionando bem. Talvez, a solução seja a mudança de esquema tático.
Acredito que o Timão, até, possa atuar com o sistema controlador, mas é necessário que em todo o processo, o objetivo seja sempre o gol. A troca de passes deve ser objetiva e inteligente.
Por isso, extrair o melhor de cada jogador, utilizando-os na posição que são mais produtivos, geralmente leva ao aumento da qualidade coletiva da equipe. E, quando repetida por longo tempo, acaba se traduzindo em rendimento tático.
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