Primeiro compromisso oficial do ano, o Campeonato Paulista sempre mobiliza o torcedor mais tradicional dos quatro grandes clubes da capital. Quem não se lembra, por exemplo, da intensa pressão sofrida por Abel Ferreira no Estadual apenas algumas semanas depois da conquista da Libertadores e da Copa do Brasil? Apesar das intermináveis discussões acerca do quão expressivo é o título do torneio, negligenciá-lo certamente não é a melhor opção.
Sylvinho sabe disso. Ele também sabe que qualquer queda precoce ou derrota vexatória não será tolerada pela Fiel. Vagner Mancini tinha desculpas, afinal, o ex-treinador do Corinthians precisava tirar leite de pedra com Otero, Ramiro e Mateus Vital. Hoje, o Timão até pode não ser favorito, mas não deve nem sonhar com a eliminação antes da semifinal. O elenco não deixa margem para tal possibilidade.
O Paulistão, no entanto, representa muito mais que uma mera oportunidade de levantar a primeira taça de 2022. É a chance que Sylvinho tem para provar que consegue ir além das comemorações efusivas na área técnica. Outro ano dependendo do brilhantismo individual das peças apenas resultará no mesmo enredo de temporadas anteriores: briga por classificação no Brasileiro. Essa jamais poderá ser a rotina de um gigante nacional.
Por fim, mas igualmente importante, se a juventude do Timão for esperta, faz desse Paulista uma vitrine de consagração. Os reforços, claro, chegam para ocupar a titularidade absoluta. Contudo, ignorar a idade avançada dos medalhões é tapar o sol com a peneira. Lucas Piton, Gustavo Mantuan, Du Queiroz, GP, todas essas peças poderão ter fundamental importância no abarrotado calendário de 2022. E tudo começa no Estadual.